Um susto que chegou a horas

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Uma queixa do corpo fez com que olhasse para o retrato familiar à procura de histórias de cancro do cólon. Eram já quatro os parentes próximos de Vítor Varela com este tipo de cancro quando, no início de 2004, o enfermeiro-chefe do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, começou a dar conta de manifestações físicas que associava a um tumor maligno.

"Se tivesse algum problema genético, os meus filhos podiam vir a ter também, por isso, foi ne- les que pensei quando decidi ir ao serviço de gastrenterologia do hospital", conta. Tinha 46 anos e uma angústia maior por "sa- ber exactamente o que acontece quando se tem cancro do cólon, por saber que a experiência média de vida diminui drasticamente".

O tratamento "precioso" que teve dos colegas fá-lo arriscar dizer que "a humanização dos servi-ços" atenua a angústia. "Na altura percebi que, sob aquela orientação, estaria seguro", recorda. O apoio que teve dos colegas ajudou-o, diz, "a decidir, a escolher e a tomar decisões".

Entrou numa consulta de risco familiar à espera de ouvir falar do cancro do cólon. Mas o diagnóstico era outro. Vítor tinha síndroma de Lynch. "Senti um alívio incrível porque isto só implicava ser um indivíduo vigiado no hospital, não condicionava a minha vida", explica. Estas "manifestações genéticas que dão origem a problemas oncológicos podem ser controladas, dependo da ajuda dos outros, mas tenho a minha vida".

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