Um santanista discreto com despedida estrondosa
O principal atributo político de Henrique Chaves foi sempre, precisamente, a etiqueta do santanismo. Cruzaram-se em 1994, através de Cinha Jardim, à altura
Henrique Chaves ascendeu a deputado em 1999, um santanista no barrosismo, e no Parlamento move-se pela área da Defesa e da Ética, integrando as respectivas comissões. E entra em Maio deste ano para a Comissão Política de Durão Barroso, mais uma vez na «quota» de Santana. Quando este chega a Belém, torna-se ministro adjunto. Era desde quarta-feira ministro da Juventude, Desporto e Reabilitação.
Chaves é apontado por quem o conhece como um homem afável, mas também capaz de assomos de frontalidade sem papas na língua - talvez «tique profissional de advogado», sugere um santanista. Há provas: chamou «travestis políticos» a gente como Francisco Lucas Pires ou Vasco Pulido Valente, pelas adesões ao PSD, que contestou. Remoques que só não tiveram mais eco porque o autor não era da primeira linha.
Em tempos de memória mais recente, destacou-se por chamar cobardes aos críticos que resolveram não ir ao congresso de Barcelos expressar as divergências: os visados eram Manuela Ferreira Leite, Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira, Leonor Beleza ou Teresa Gouveia. E ainda, já depois da posse de quarta-feira, pela boutade sobre o DVD que lhe foi deixado pelos dirigentes do Benfica, e que só não voou pela janela por «delicadeza» (ver pági- na 2).