Um parente de Cesário Verde

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Estamos perante um alfacinha de gema. Com sangue azul

O pintor Noronha da Costa nasceu em Benfica, Lisboa, a 17 de Abril de 1942. Licenciou-se em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.

Genuinamente lisboeta, é nesta cidade que encontramos a sua ascendência mais chegada, tal não fosse parente próximo do poeta que melhor a cantou, Cesário Verde.

Mas também seus avós mais recuados numa linha ininterrupta aqui se destacaram desde a conquista da cidade.

Filho de Nuno António Giraldes Noronha da Costa e de sua mulher Maria de Lourdes Cristina Verde Cardoso Bacelar de Sousa Azevedo, ambos de Lisboa, casados em São Mamede, é irmão mais novo do quarto visconde de Algés.

Foram seus avós paternos Mário Galvão Mexia Sousa Moura Teles Albuquerque Oringui Tavares Carvalho Trigueiros Costa e sua mulher Mariana da Costa Macedo Giraldes, filha de Bartolomeu da Costa Macedo Giraldes Barba de Menezes, segundo visconde de Trancoso, e de D. Bárbara Camila Vicência José de Noronha e Brito.

Esta trisavó do pintor era filha do décimo conde dos Arcos, D. Nuno de Noronha e Brito, nascido no Palácio do Salvador, em Alfama, em 1816.

O oitavo conde dos Arcos, D. Marcos de Noronha e Brito, sexto- -avô de Noronha da Costa, foi o último vice-rei do Brasil, dando por findas essas as suas funções em 1808, quando a família real desembarcou no Rio de Janeiro.

Era filho do tristemente célebre conde dos Arcos, cavaleiro que morreu tragicamente na corrida de Salvaterra em 1779, na presença da Côrte, que motivou o fim das touradas reais por decisão do rei D. José.

Tratava-se do filho do quarto marquês de Marialva, também ele cavaleiro, D. Manuel José de Noronha e Menezes, que foi conde dos Arcos pelo seu casamento com a sétima condessa, D. Juliana Xavier de Lancastre.

Era esta filha de D. Marcos de Noronha, sexto conde dos Arcos, que foi também vice-rei do Brasil, e de sua mulher Maria Xavier de Lancastre, filha dos terceiros condes de São Miguel, por quem viria a representação dessa casa a esta família.

Era trineto de D. Marcos de Noronha, senhor do morgado do convento do Salvador de Lisboa, que em 1578 combateu junto ao rei D. Sebastião em Alcácer Quibir e, ficando cativo, foi de lá resgatado. Era este, por sua vez, trineto de D. Pedro de Noronha, senhor do Cadaval, mordomo-mor de D. João II, filho de D. Pedro de Noronha, arcebispo de Lisboa, neto paterno do rei Henrique II de Castela e materno de D. Fernando I de Portugal, o último rei da nossa primeira dinastia.

Os avós maternos do pintor Noronha da Costa foram os terceiros viscondes de Algés, José António Maria de Sousa Azevedo, filho de Augusto Carlos Cardoso Bacelar de Sousa Azevedo, segundo visconde de Algés, e de Maria Madalena Pessoa de Amorim da Vargem (filha dos primeiros viscondes da Vargem da Ordem) e a viscondessa Cristina Laura de Oliveira Verde, nascida na Madalena, Lisboa, em 1867, neta paterna de António José Verde, natural da extinta freguesia de São Julião, e de Joana Rosa de Cristo, nascida os Mártires.

Estes últimos também foram avós paternos do poeta José Joaquim Cesário Verde, nascido igualmente na Madalena em 1855, e falecido no Lumiar, às portas de Lisboa, em 1886.

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