Um olhar sobre o papel da tecnologia num futuro em construção

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No início de um novo ano, estamos conscientes da aceleração da transformação que aconteceu neste período pandémico: em dois meses, o que seria expectável em dois anos. É importante refletir agora o que pode e deve ficar como catalisador para a transformação sustentável e estruturante nas empresas portuguesas.

Como ecossistema tecnológico trouxemos na passada semana, pelo terceiro ano consecutivo, o Building the Future, desta vez com um formato inteiramente digital em que abordámos temas que são fulcrais neste momento de re-imaginar o futuro. Ao longo destes três dias, estimulámos a partilha de conhecimento e experiências e repensámos como a tecnologia pode assumir um papel fulcral no reposicionamento dos negócios e das organizações numa economia que é cada vez mais global.

Ao olharmos para o papel da tecnologia como o fator impulsionador para a transformação e recuperação económica, é importante estarmos conscientes dos desafios que vamos enfrentar. Destaco a desaceleração do crescimento económico, a urgência de uma crise climática, a necessidade de confiança na tecnologia, assim como a literacia e as competências para o digital.

É, assim, mais importante do que nunca as empresas estarem preparadas para refletir e atuar naquilo que são as suas estratégias futuras para criarem a resiliência necessária no digital.

A primeira prioridade que quero realçar é sobre o investimento nos dados. Os dados são um ativo estratégico central que sustenta uma resposta ao mercado mais ágil, que permite melhores decisões e que cria processos realmente transformadores que ajudam a melhor servir os nossos clientes. Mais eficiência, mais satisfação, mais produtividade.

A necessidade de alinhar a nova era da tecnologia à sustentabilidade deve ser um compromisso de todos. Porque é um imperativo de negócio: de redução de desperdício, de melhoria de processos produtivos e certamente de reputação e, assim, um fator competitivo diferenciador.

Mas, sabendo que a tecnologia está pronta, também sabemos que só será adotada se for confiável. E, por isso, é necessária uma abordagem de segurança cibernética abrangente, com novos processos e paradigmas, que protegem a identidade, a privacidade e a segurança dos dados.

E, por último, uma das medidas mais importantes para a recuperação da economia é o acesso a competências digitais. Para que este desenvolvimento possa ser inclusivo.

A aquisição de competências digitais deve estar presente no sistema de ensino, mas não só. É essencial que quem está atualmente no mercado de trabalho adquira novas competências através de um processo de requalificação que deve ser constante. A educação é um jogo infinito, e a aprendizagem tem de existir ao longo da vida. Não são apenas os profissionais de tecnologia que têm de adquirir competências digitais. Porque todas as funções vão transformar-se para modelos híbridos de trabalho em que cada vez mais a tecnologia está presente para amplificar a produtividade.

Ao olharmos para o futuro, devemos estar conscientes da necessidade de unirmos as pessoas, empresas e academia para enfrentar os desafios que nos surgem. É através de parcerias e ecossistemas que garantimos um impacto mais duradouro no futuro do país.


Diretora-geral da Microsoft Portugal

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