Um músico que mudou para sempre o panorama da pop

Michael Jackson deixou uma marca indelével na música popular contemporânea. Primeiro, com os Jackson Five e, depois, a so-lo, editou sucessos como 'Thriller', o álbum mais vendido de sempre.
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"Morreu o rei da pop." A frase leu-se ontem em milhares de jornais, desde publicações de referência até tablóides. Mas antes, na quinta-feira, o tema foi debatido na Internet, anunciado em blogues, páginas do Twitter e perfis de Facebook. Durante a última década, a música de Michael Jackson pode ter ficado em segundo plano, mas, no campo da pop, o seu êxito não tem paralelo.

Ao longo dos anos, o norte--americano vendeu cerca de 750 milhões de discos em todo o mundo, assinando ainda o álbum mais vendido da história: Thriller. A sua editora, a Sony, garante que se venderam mais de cem milhões de cópias, mas há quem ponha este número em causa, e diga que foram "apenas" 65 milhões. Um valor impressionante, independentemente de se encontrar mais próximo dos 50 ou dos 100 milhões.

Antes de ser um dos artistas mais populares na história da pop, sendo coroado seu rei, Michael Jackson foi a criança prodígio que aos seis anos se juntou aos irmãos mais velhos nos The Jackson Brothers. Passados dois anos era tido como um dos mais talentosos intérpretes do grupo, que mudara o seu nome para Jackson Five. Destacar-se-ia dos irmãos, editando um primeiro disco a solo com 13 anos de idade, pela editora Motown.

Em 1978, com 20 anos, a sua vida mudaria para sempre depois de entrar no musical The Wiz, de Sidney Lumet. Durante a rodagem conhecera Quincy Jones, que produziu os discos mais marcantes da sua carreira. Álbuns como Off the Wall (1979), Thriller (1982) e Bad (1987), que lhe valeram o título de "rei da pop". Mudaria assim o cenário da pop, levando a música negra para a MTV e até ao grande público. Como ontem lembrou João Barbosa, dos portugueses Buraka Som Sistema, "representou a globalização total da música negra".

Entre os vídeos que ficarão para sempre ligados à sua carreira encontra-se Thriller, com os seus 13 minutos dominados por lobisomens. Ou o irreverente Bad, de 18 minutos, realizado por Martin Scorsese. Nenhum conseguiu porém o sucesso de Scream, retirado de HIStory, rodado por Mark Romanek, e nomeado para 11 MTV Video Music Award em 1995, estabelecendo um recorde que não foi superado.

Na altura, a carreira do autor desse paço de dança inconfundível que é o Moon-walk já se encontrava em fase descendente. Em 1993 fora acusado de pedofilia, e antes tinha sido "atacado" por renunciar a sua própria raça, aclarando a pele. Jackson defendia-se dizendo que sofria de um distúrbio dermatológico, recusando as acusações de se ter submetido a qualquer operação plástica.

Mas os anos zero seriam bem piores para o cantor. Esteve quase na falência e foi forçado a vender parte do seu património. O último disco, Invincible, foi editado em 2001. Jackson queria agora recuperar o tempo perdido, com uma série de concertos e até um novo disco. Estes planos nunca se materializarão.

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