Um homem de rotinas que é fã de 'Fanta' de laranja

Mais tímido que João Paulo II, o homem que foi escolhido para lhe suceder é um académico com grande interesse pela cultura e pelas artes. Por isso, sempre que visita um país tenta estar em contacto com as suas personalidades artísticas e intelectuais, tal como vai fazer em Lisboa.

Apreciador de música, aponta Mozart e Bach como os seus compositores favoritos e faz questão de tocar um pouco de piano todos os dias. A propósito de Mozart, Bento XVI disse um dia que a obra do compositor não é "apenas entretenimento, contém toda a tragédia da existência humana". E para ouvir as suas composições preferidas tem sempre consigo um iPod Nano branco, que lhe foi oferecido por um dos funcionários da Rádio Vaticano.

Mas Bento XVI também gosta de ler. E, se tivermos em conta que a sua biblioteca pessoal tem cerca de 20 mil títulos e que fez questão de os levar para os seus aposentos pontifícios, Bento XVI é provavelmente um ávido leitor.

Sabe-se também que antes de ser Papa, quando morava no Borgo Pio, fora dos muros do Vaticano, gostava de passear pelas livrarias do bairro. Também ocupava o seu tempo livre com idas ao teatro e ao cinema.

Gosto pelo vinho doce

Na comida, continua a preferir a cozinha alemã, da Baviera, mas depois de décadas em Roma já se habituou à italiana. Aprecia sumo de laranja natural como o Núncio Apostólico em Lisboa confirmou recentemente ao DN, mas diz-se que também é fã da Fanta de laranja.

Para beber vinho, só se for doce, como o vinho do Porto, revelam as pessoas que o acompanham mais de perto. Quanto à sobremesa, nada ultrapassa o bolo de chocolate, que é o seu preferido.

O Papa Bento XVI é também uma pessoa de hábitos e rotinas: acorda e deita-se sempre às mesmas horas. Uma rotina que também estende aos momentos de lazer. Quando está no Vaticano, o seu passeio pelos jardins tem sempre hora certa, às 16.00.

Afinal não calça 'Prada'

Atento aos pormenores, Bento XVI vai deixar a sua marca pelas escolhas de vestuário que tem feito. Desde 2005, recuperou vários acessórios que já não faziam parte da indumentária papal há décadas, desde o camauro - um chapéu de Inverno que não era usado desde João XXIII - aos sapatos vermelhos.

Mas os sapatos não são Prada, insiste o Vaticano, através do Osservatore Romano. "O Papa não usa Prada, mas Cristo. As suas preocupações não são com os acessórios, mas com o essencial", escreveu o jornal em 2008 para acabar com a "polémica".

Apesar de não ser um desportista como o seu antecessor João Paulo II, que gostava de jogar futebol e nadar, Bento XVI chegou a torcer pelo Bayern de Munique quando esteve na diocese daquela cidade.

E se o mundo se dividir entre as pessoas que gostam de gatos e aquelas que gostam de cães Bento XVI fica no primeiro grupo. O seu amor pelo pequenos felinos é bem conhecido. Sabe-se até que o actual Papa gostava de alimentar os muitos gatos vadios que vivem nas ruas da Cidade Eterna.