Um grande barítono para John Adams e a 'Primeira' de Mahler
A estreia portuguesa de uma obra que usa os poemas do Wound-Dresser de Walt Whitman (1819-1892), inspirados na sua experiência de médico militar durante a Guerra Civil Americana; e a brilhante Sinfonia n.º 1, em ré M, 'Titã', de Gustav Mahler constituem os "pratos" do concerto desta tarde da Sinfónica Portuguesa no Grande Auditório do CCB, dirigida pelo venezuelano Diego Matheuz.
Solista na obra de John Adams (datada de 1989) primeiramente referida é Christopher Maltman (n. 1970), um dos grandes barítonos de língua inglesa da atualidade. Esta é a sua terceira visita ao nosso país: estreou-se cá em fevereiro de 2010, na Gulbenkian, cantando também Walt Whitman: as Whitman Songs, do maestro e compositor norte-americano Michael Tilson Thomas; voltaria em 2014 à mesma sala, aí para cantar orquestrações das belíssimas Quatro Canções Sérias, de Johannes Brahms.
Por sua vez, Diego Matheuz (n. 1984) é mais um "fruto" do Sistema venezuelano de orquestras juvenis. Aliás, ele provém da mesma cidade do mais famoso filho desse programa de educação musical-orquestral - Gustavo Dudamel: Barquisimeto. Diego foi apadrinhado por Claudio Abbado (1933-2014) na fase inicial da sua carreira, o que lhe valeu uma grande exposição na cena musical italiana que depressa irradiou além-fronteiras. Em 2011, foi nomeado titular da Orquestra do Teatro La Fenice de Veneza, teatro onde no ano anterior se estreara em ópera, dirigindo o Rigoletto, de Verdi. Aliás, a sua carreira na lírica está em franca ascensão: após a estreia no Liceu de Barcelona, na pretérita temporada, na presente (2016/17), Diego vai "conquistar" Berlim, com a estreia nos dois grandes teatros da cidade: a Deutsche Oper (em outubro) e a Staatsoper, no próximo mês de maio.
Concerto Sinfónico - "Continuidade"
Christopher Maltman (barítono),
Orquestra Sinfónica Portuguesa/Diego Matheuz
obras de John Adams e Gustav Mahler
Grande Auditório do CCB, hoje, 17.00
bilhetes dos 5 euros aos 20 euros