Biografia, ficção, ensaio histórico, correspondência ou BD, são vários os géneros que já contam com edições inspiradas em Salazar. Ainda que a bibliografia, quantitativamente falando, esteja longe do que seria de esperar atendendo ao papel do ditador na sociedade portuguesa e à longevidade do Estado Novo, o interesse despertado pelo tema nos últimos anos tem tido equivalência nos títulos que chegam às livrarias. Há um novo filão editorial..Como se Levanta um Estado (Atomic Books), do próprio Salazar, o "cartão de visita" do Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris de 1937, figura entre as novidades de 2007. Tal como Vítimas de Salazar: O Estado Novo e a Violência Política (Esfera dos Livros), de João Madeira, Irene Flunser Pimentel e Luís Farinha. A mesma editora já publicara Os Amores de Salazar, de Felícia Cabrita..De Fernando Dacosta, Máscaras de Salazar (Casa das Letras) já vendeu mais de 50 mil exemplares e vai na segunda versão, revista e aumentada. Salazar e Caetano - Cartas Secretas 1932-1968 (Difusão Cultural), de José Freire Antunes, enquadra historicamente cerca de 500 cartas trocadas entre dois homens que governaram o País..O Diário de Salazar (Parceria A.M.Pereira), de António Trabulo, transforma textos do Presidente do Conselho numa espécie de diário ficcionado. Salazar: Construção de um Mito (Temas e Debates), de Helena Matos, retrata a máquina de propaganda. Salazar e o Vaticano (ICS), de Bruno Cardoso Reis, analisa a "aliança" com a Igreja. E Salazar e a Europa (Livros Horizonte), de Elsa Santos Alípio, debruça-se sobre a adesão à EFTA (Ass. Europeia de Comércio Livre). .Em BD, com textos de João Paulo Cotrim e desenhos de Miguel Rocha,está publicado Salazar - Agora, na Hora da sua Morte (A.M.Pereira). Valentim Alexandre deu à estampa a investigação O Roubo das Almas -Salazar, a Igreja e os Totalitarismos entre os Anos de 1930 e 1939 (Dom Quixote)..Noutro registo, Uma Brasileira Contra Salazar (Livros Horizonte), de Arajaryr Campos, recolhe postumamente textos da secretária de Humberto Delgado, morta pela Pide. «Entre os "clássicos", destacam-se Salazar - A Mocidade e os Princípios (Atlântida Editora), biografia pioneira de Franco Nogueira, que foi embaixador e ministro do regime; e Entrevistas de António Ferro a Salazar (A.M. Pereira), com as conversas no Diário de Notícias. P. L.