Um descendente de Pina Manique
O pai era médico e o avô foi docente na Faculdade de Medicina de Lisboa
O poeta José Carlos Ary dos Santos nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1936. Viveu sempre nesta cidade, tendo frequentado as Faculdades de Direito e de Letras. Não concluiu qualquer dos cursos, tendo sido técnico de publicidade. Cedo começou a escrever poesia. Aos 14 anos a família publicou alguns dos seus poemas, mas só aos 16, quando ganhou o seu primeiro concurso de poesia, se revela como poeta.
Faleceu solteiro em 1984.
Era o segundo de cinco filhos do primeiro casamento de Carlos Ary dos Santos, médico otorrinolaringologista, natural de Lisboa e formado em Coimbra, com Maria Bárbara de Miranda e Castro Pereira da Silva, natural de Azeitão, de onde era oriunda a sua família, filha de José Barbosa Pereira da Silva, proprietário e de sua mulher Maria Isabel de Miranda e Castro Rodrigues.
Do segundo casamento do seu pai teve José Carlos Ary dos Santos mais uma irmã.
Foi seu avô paterno Carlos Ary Gonçalves dos Santos, nascido em Bragança, professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, director da Escola Industrial Machado de Castro, presidente da Mesa da Assembleia Geral da C.P. e do Banco Português do Continente e Ilhas, casado em Lisboa com Maria Guilhermina de Pina Manique de Carvalho Pereira, filha de Augusto Porfírio de Carvalho Pereira, escritor, natural de Lisboa, e de sua mulher Maria da Conceição de Sousa Holstein Maldonado de Pina Manique, comendadeira da Ordem de Avis.
Era esta senhora filha de Diogo de Sales da Cunha de Pina Manique de Brito Nogueira de Matos de Andrade, miguelista, filho dos primeiros viscondes de Pina Manique, sendo a viscondessa filha de D. Francisco da Cunha e Menezes, governador da Índia desde 1786, neto materno dos marqueses de Louriçal e bisneto dos condes da Ericeira e dos da Ribeira Grande. O primeiro visconde de Pina Manique era filho de Diogo Inácio de Pina Manique, intendente-geral da polícia no tempo de D. Maria I, que foi chanceler-mor do Reino. A mãe de Maria da Conceição de Pina Manique foi D. Maria José de Sousa Holstein da Camara Maldonado, filha de D. Miguel da Camara Maldonado, 8.º vedor da Chancelaria-Mor da Corte e do Reino e de sua mulher Maria Guilhermina de Sousa Hol- stein, filha de D. Frederico de Sousa, governador da Índia de 1779 a 1786, neta do senhor de Calhariz D. Manuel de Sousa e de sua mulher a princesa Maria Ana Leopoldina de Hol- stein, com quem casou em Viena em 1735, descendente por varonia dos reis da Dinamarca.
O bisavô paterno do poeta foi Alfredo Carlos Gonçalves dos Santos, natural de Bragança, director e proprietário do Colégio Nacional, em Lisboa, onde casou com Ermelinda da Conceição Portocarrero de Almada de Santa Bárbara, neta de João Augusto Gens de Azevedo de Sequeira Vaz de Aguiar de Sousa Alvim e da última morgada da Quinta da Carapinha, nos Cadafais, Maria Francisca Portocarrero de Almada, descendente de Pedro Carreiro, juiz dos feitos de Lisboa e ouvidor da Côrte, a quem D. Afonso V aprazou em 1448 a referida Quinta de Alfarrobeira, cuja bisneta, Josefa Carreiro, casou com Pedro de Almada, senhor da quinta, quartos-avós da referida última morgada e trisavó do poeta.