Um casamento, duas eleições e uma chuva de drones
O 38 do Benfica com o "grande obreiro" e o "grande líder"
Chegou a ter dez pontos de vantagem sobre o FC Porto, mas o Benfica de Roger Schmidt teve de esperar pela última jornada da I Liga para fazer a festa ao sagrar-se campeão. A vitória sem margem para dúvidas sobre o já despromovido Santa Clara (por 3-0) não deu hipóteses aos portistas de puxarem o tapete no último dia e a festa do 38 fez-se mesmo no Marquês de Pombal e muitas outras praças e ruas por esse Portugal e por esse mundo fora. Uma festa muito mérito do treinador alemão - o "grande obreiro" do título como o apelidaria mais tarde o presidente da Câmara de Lisboa numa receção aos campeões - mas também de Rui Costa que 29 anos depois de vencer como jogador, repetiu agora o feito como presidente do Benfica - um "grande líder", para voltar às palavras de Moedas. E deixou a promessa: voltar para o ano, depois de vencer o 39.
Erdogan vence mas o mais difícil vem aí: Turquia dividida e inflação
Os 4% que obteve a mais do que o rival Kemal Kilicdaroglu na segunda volta das presidenciais turcas podem ter sido a sua vitória mais curta em todos os escrutínios que disputou, mas chegaram para Recep Erdogan garantir um terceiro mandato. Após duas décadas à frente da Turquia, o islamo-conservador derrotou o laico e se não resistiu a um "bye, bye, Kemal", fez questão de dizer no discurso da vitória: ""ninguém perdeu esta noite, há 85 milhões de vencedores." Um esforço para unir um país cada vez mais dividido entre laicos e religiosos, entre o voto urbano e o rural. Mas o próprio Erdogan reconheceu que a prioridade é combater uma inflação que no ano passado chegou aos 85%. O mundo está atento a este aliado da NATO, que com o conflito na Ucrânia ganhou ainda mais peso internacional, apoiando Kiev mas sem cortar relações com Moscovo. Biden e Putin deram-lhe os parabéns, resta saber que rumo irá Erdogan seguir.
Sánchez antecipa eleições e estraga festa do PP
A noite fora de desaire socialista nas eleições municipais e autonómicas espanholas, mas ainda o PP de Alberto Núñez Feijóo não tinha acabado de fazer a festa e já o primeiro-ministro Pedro Sánchez acaparava as atenções ao anunciar a antecipação para 23 de julho das legislativas previstas inicialmente para dezembro. Uma manobra ousada que logo teve consequências: ao colocar a campanha em plena negociação para a formação dos governos autonómicos, aumentou a pressão sobre o PP, pressionado a aliar-se ao Vox para garantir as maiorias que falhou, esmagado nas urnas, o Ciudadanos optou por não se apresentar às próximas eleições e o Sumar da vice-primeira-ministra Yolanda Díaz apressou tornar-se partido num esforço para unir as esquerdas. "O sanchismo não foi revogado", avisou Feijóo, mas nada garante que os espanhóis lhe deem a maioria que o líder do PP já começou a pedir.
A guerra dos drones chega a Moscovo e baralha o conflito
Passados 15 meses desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a guerra dos drones chegou a Moscovo. A capital russa foi surpreendida com uma chuva de veículos aéreos não tripulados que atingiram pelo menos três edifícios, mas sem fazer feridos graves, com o Kremlin a denunciar "ataques terroristas de Kiev" e a reservar-se o direitos de responder com as "medidas mais duras". Os ucranianos negam a responsabilidade pelo ataque, enquanto a sua própria capital continua sob ataque de drones russos. Agora que o presidente Zelensky terá conseguido os tão ansiados aviões de caça, depois de ter recebido tanques do Ocidente, são os drones os protagonistas dos mais recentes ataques de um conflito que continua sem fim à vista apesar dos vários planos de paz que vão aparecendo - do chinês ao do Papa. E que vai ganhando complexidade - drones a atacar as capitais, grupos de oposição russos a atacar na própria Rússia - e a esperada contra-ofensiva ucraniana da primavera adiada para cada vez mais perto do verão.
O penálti repetido que acabou com o sonho de Mourinho
O 1-1 nos 90 minutos regulamentares levou o jogo entre o Sevilha e a AS Roma, de José Mourinho, a prolongamento em Budapeste, a capital húngara onde se disputou a final da Liga Europa. E meia hora suplementar - a que se somaram ainda mais de dez minutos de prolongamento - foi suficiente para pôr fim ao empate entre os sevilhanos e os romanos. Com o campeão decidido nos penáltis, tudo podia acontecer. Mas as coisas não correram bem à Roma - em desvantagem e depois de uma defesa de Rui Patrício, o árbitro mandou repetir o penálti. À segunda, Montiel não falhou e deu a taça ao Sevilha - a sétima na Liga Europa em sete finais. "O desporto é isto mesmo. Há momento de desilusão", disse no fim do jogo o Special One. Uma desilusão italiana mas partilhada por muitos portugueses que esperavam ver o treinador conquistar do novo a Liga Europa, 20 anos depois de o ter feito com o FC Porto.
Jordânia casa herdeiro e reforça laços com sauditas
Ao casamento do príncipe Hussein bin Abdullah com Rajwa Alseif acorreram líderes mundiais e membros de famílias reais, como os príncipes de Gales William e Kate. Foram mais de 140 os convidados que encheram o palácio Zahran, em Amã, para ver o herdeiro jordano, de 28 anos, dar o sim à noiva, uma arquiteta saudita de 29 anos formada numa universidade nova-iorquina e cuja família de empresários de sucesso tem ligações próximas com o príncipe Mohammed bin Salman, o líder de facto da Arábia Saudita, com a mãe a pertencer à poderosa família Al-Sudairi, a mesma da mãe do atual rei Salman. Ora se o casamento do agora rei Abdullah II com Rania, de origem palestiniana, foi uma mais-valia num país onde grande parte da população descende de refugiados palestinianos, a união do príncipe Hussein com Rajwa aproxima ainda mais os reinos hachemita e saudita, depois da visita de MBS a Amã no ano passado. Uma aliança sempre bem-vinda numa região tão complicada como o Médio Oriente.
Os Santos Populares estão quase aí, é hora de arraiais
Da típica Alfama a Campolide, da Mouraria a Benfica, sem esquecer Benfica ou mesmo o Pride, especialmente pensado para celebrar a liberdade, a igualdade, a inclusão e a integração, por estes dias e até ao final do mês são muitos os arraias que se podem encontrar um pouco por todos os bairros de Lisboa. Seja já este fim de semana, aproveitando os feriados das próximas duas ou para um copo depois do trabalho em dia de semana, a música vai juntar-se às imperiais fresquinhas e ao cheiro a sardinha assada - ou a bifana, para os menos adeptos da sardinha - e que não faltem os manjericos para celebrar o Santo António. As Marchas Populares, essas, vão desfilar como sempre pela Avenida da Liberdade na noite de 12 de junho.