UE aprova mecanismo para produzir munições usando fundos da coesão e do PRR

O Mecanismo para Apoiar a Produção de Munições vai disponibilizar 500 milhões do orçamento da UE para "expandir a produção existente, modernizá-la, possivelmente criá-la ou melhorá-la em fábricas existentes"
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A Comissão Europeia aprovou esta quarta-feira a criação de um mecanismo que permitirá usar fundos de coesão e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) dos estados-membros na produção de munições de artilharia.

O Mecanismo para Apoiar a Produção de Munições (Act in Support of Ammunition Production, ASAP) vai disponibilizar 500 milhões do orçamento da União Europeia (UE) para "expandir a produção existente, modernizá-la, possivelmente criá-la ou melhorá-la em fábricas existentes", explicou o comissário para o Mercado Interno, Thierry Breton, em conferência de imprensa depois da reunião do colégio de comissários, em Bruxelas, na Bélgica.

O ASAP tem uma particularidade inédita: pela primeira vez os 27 Estados-membros da UE podem recorrer a fundos de coesão ou dos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR) para desenvolver a indústria da Defesa, nomeadamente a parte que diz respeito à produção de munições.

"Na Europa existe uma verdadeira capacidade de produção [de munições de artilharia]", salientou Thierry Breton, acrescentando que o desenvolvimento da indústria é a única maneira de a União Europeia conseguir satisfazer as necessidades de armamento que a Ucrânia tem e de cumprir a promessa de enviar um milhão de munições nos próximos 12 meses.

O plano apresentado por Bruxelas também prevê que os Estados-membros possam ser ressarcidos em até 40% pelo investimento nesta vertente da indústria da Defesa -- mais 10% para parcerias com empresas que tenham enfoque na inovação tecnológica e reforço da produção existente.

"Podemos dizer isto claramente: este conflito deixou a nossa capacidade de produção sob pressão e para podermos continuar a apoiar [a Ucrânia] a longo prazo precisamos de produzir mais para compensar a redução dos nossos stocks", justificou o comissário.

Este mecanismo foi concertado ao longo dos últimos meses com os ministros da Defesa dos 27 e o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, e faz parte de uma estratégia que incluiu mil milhões de euros para a compra conjunta de munições.

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