Túnel debaixo do Tejo entre Beato e Montijo

Técnico estuda túnel alternativo a Chelas/Barreiro
Publicado a
Atualizado a

A terceira travessia do Tejo poderá ser debaixo de água: o estudo encomendado pela CIP (Confederação da Indústria Portuguesa) sobre o novo aeroporto vai analisar a viabilidade de a terceira travessia se realizar no eixo Beato/Montijo. E está a ser estudado se - para servir melhor os acessos ao local proposto do novo aeroporto , o Campo de Tiro de Alcochete - é melhor a travessia fazer-se em ponte ou em túnel.


Segundo disse ao DN José Manuel Viegas, o coordenador do grupo de trabalho para as acessibilidades, foi contratado um consultor internacional, cuja identidade não revela, para avaliar se é viável deslocar a terceira travessia do corredor previsto pelo Governo - Chelas/Barreiro - para o corredor Beato/Montijo.

A avaliação será feita às soluções ponte e túnel debaixo do Tejo.
Para já, o estudo contempla apenas uma travessia ferroviária que poderia servir de dupla entrada em Lisboa das linhas de alta velocidade ferroviária (TGV) de Lisboa/Madrid, já prevista na ponte Chelas/Barreiro, mas também da linha Lisboa/Porto que o Governo quer que entre pelo norte da capital. Para decidir se haverá componente rodoviária, será preciso apurar primeiro se a Ponte Vasco da Gama tem capacidade disponível para responder ao tráfego de um aeroporto na Margem Sul.


Segundo Viegas, esta opção é mais barata, designadamente porque reduz o percurso sobre o rio de 8,5 quilómetros para 5 quilómetros. O especialista já defendeu no Parlamento que a poupança seria de 400 milhões de euros. A travessia Chelas/Barreiro está avaliada em 1,2 mil milhões de euros, sem tabuleiro rodoviário.


Apesar de ter recuado na decisão da Ota e ter aceite fazer a avaliação comparativa entre este local e Alcochete, o Governo afastou o cenário de que uma mudança do local do futuro aeroporto de Lisboa ponha em causa o traçado do comboio de alta velocidade e a terceira travessia. Para o Governo, a ponte Chelas/Barreiro permite servir Alcochete, fazendo uma nova linha a partir da chegada à Margem Sul para uma ligação tipo shuttle.

Para Viegas, esta opção iria implicar maior demora nas ligações ao aeroporto . O estudo vai analisar ainda o impacto ambiental e a viabilidade operacional da opção Alcochete, mas deixa de fora a viabilidade económica porque os recursos são limitados. O objectivo é que o estudo mais aprofundado faça parte da comparação global que o LNEC vai fazer entre Alcochete e a Ota.

O documento aponta para que Alcochete funcione em complementaridade com o actual aeroporto numa solução de Portela mais um (ver texto em baixo). Neste cenário, o novo aeroporto seria construído de forma faseada à medida que a procura crescesse, sem abandonar a Portela.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt