Tufão Haiyan fez mais de 5.200 mortos nas Filipinas

O tufão Haiyan, que atingiu as Filipinas a 08 de novembro, fez mais de 5.200 mortos, anunciou hoje o Governo filipino, tornando-se um dos desastres naturais mais mortíferos da história recente daquele país.
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O porta-voz do Conselho Nacional para a redução e gestão das catástrofes naturais, Reynaldo Balido, informou ainda, em declarações à agência France Presse, que 1.611 pessoas continuam desaparecidas.

Em Genebra, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje que lançou uma campanha de vacinação nas Filipinas para impedir eventuais surtos de sarampo e poliomielite entre os sobreviventes do tufão Haiyan.

A campanha de vacinação, desenvolvida em colaboração com o Departamento de Saúde das Filipinas, será complementada com a distribuição de vitamina A com o objetivo de fortalecer o sistema imunológico.

A ação da OMS terá como principal foco as crianças com menos de cinco anos, a faixa etária da população mais vulnerável a estas doenças.

"Um grande número de crianças sem vacinar corre o risco de contrair e propagar doenças infeciosas como o sarampo, especialmente em lugares sobrelotados, onde muitos filipinos que perderam as casas estão agora a viver", disse a representante da OMS nas Filipinas, Julie Hall.

"O sarampo pode ser mortal, especialmente em crianças pequenas", acrescentou.

Sobre a situação nas Filipinas, duas semanas depois da passagem do tufão, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) indicou que cerca de 387.000 deslocados estão a viver em 1.500 centros de acolhimento em Visayas (grupo central do arquipélago das Filipinas).

Em Tacloban, capital da ilha de Leyte, uma das mais afetadas pelo tufão, 15.500 pessoas estão a viver em outros 44 centros de acolhimento.

A organização estima que cerca de 5.000 pessoas fogem diariamente de Leyte, Samar e outras zonas afetadas pelo tufão e tentam chegar a cidades como Cebu (também no grupo central) e Manila, a capital do país.

A OIM alertou ainda para o perigo de eventuais práticas de tráfico de seres humanos, flagelo que afeta principalmente mulheres e crianças, devido à intensa movimentação de pessoas em todo o país.

"Estamos a reunir informações demográficas sobre os deslocados, sobre os imigrantes e os respetivos destinos, uma vez que existe claramente o perigo da prática de tráfico de pessoas", afirmou a porta-voz da OIM, Chistiane Berthiaume.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) divulgou que já distribuiu ajuda humanitária a cerca de 23 mil sobreviventes do tufão.

A agência das Nações Unidas informou igualmente que recebeu 3.000 tendas de campanha, 16.000 cobertores, 46.000 mantas e outros bens de primeira necessidade que serão distribuídos em várias zonas do território filipino.

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