Trump mantém em segredo 300 documentos sobre assassínio de J.F. Kennedy

O presidente Donald Trump autorizou a divulgação de 2800 dos cerca de 3100 documentos ainda em segredo relacionados com o assassínio de J. F. Kennedy em Dallas a 22 de novembro de 1963.
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Donald Trump aprovou nesta quinta-feira a divulgação de documentos relacionados com o assassínio do 35.º presidente dos Estados Unidos, J. F. Kennedy, a 22 de novembro de 1963 em Dallas por Lee Harvey Oswald. Dos cerca de 3100 documentos ainda classificados, e que representam apenas 1% do total da documentação resultante da investigação, foi autorizada a publicação de 2800 materiais.

O total dos documentos relacionados com a investigação dos acontecimentos de 22 de novembro de 1963 ultrapassa os cinco milhões.

Quanto aos restantes, segundo a Casa Branca, o presidente "não tinha outra opção" que mantê-los em segredo por razões de "segurança nacional", pelo menos durante mais seis meses. Neste período de tempo, irá realizar-se uma revisão cuidadosa do seu conteúdo, defendendo Trump que a grande maioria dos cerca de 300 documentos deve ser divulgado. Só "nos casos mais excecionais", ainda segundo a Casa Branca, é que os materiais em causa deverão permanecer à guarda dos Arquivos Nacionais dos EUA sem serem conhecidos. A pressão para estes não serem divulgados terá partido da CIA e do FBI, agências na origem da maioria dos documentos que faltavam divulgar.

Trump indicou desde o início que não vetaria a divulgação dos documentos e ainda na última quarta-feira, publicou uma mensagem na sua conta de Twitter, afirmando que iria realizar-se a "tão antecipada" publicação dos documentos, que classificou como "muito interessantes!".

Os cerca de três mil documentos eram os últimos por divulgar no quadro de uma lei aprovada em 1992 a autorizar a divulgação da documentação que não era ainda do domínio público.

A morte do presidente Kennedy, então com 46 anos, foi sempre centro de diferentes teorias da conspiração, nomeadamente se Oswald atuou sozinho e qual o envolvimento de estrangeiros, da própria CIA ou de grupos do crime organizado no assassínio.

Oswald foi detido pouco depois dos tiros fatais, sendo acusado do homicídio de Kennedy e de um polícia, JD Tippit, abatido pouco depois. Dois dias depois, Oswald é morto a tiro nas instalações da polícia de Dallas por um proprietário de um clube noturno, Jack Ruby. Este foi julgado e condenado à morte, acabando por morrer em 1967, antes de a Justiça decidir sobre o recurso que apresentara.

Vários elementos republicanos nas duas Câmaras do Congresso defenderam a necessidade, "após 54 anos que os factos relativos à morte de JFK não sejam totalmente conhecidos do público", disse Walter B. Jones, ao apresentar no início do mês de outubro na Câmara dos Representantes uma proposta legislativa a autorizar a publicação sem restrições dos 3100 documentos.

Os resultados da investigação inicial, divulgados em 1964, apontaram para a atuação isolada de Oswald e de não haver qualquer ligação dele ou de Ruby a grupos "internos ou estrangeiros". Investigações posteriores concluíram pela ausência de provas de um envolvimento da CIA e, em geral, confirmaram as conclusões do trabalho de 1964. Numa dessas investigações, de uma comissão da Comissão dos Representantes, concluiu-se ainda pela "alta probabilidade de serem os dois os atiradores que alvejaram o presidente Kennedy".

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