"Fiz uma diferença tremenda". Trump elogia-se na Ação de Graças
Além do peru à mesa para o jantar de família, diz a tradição que na noite em que os EUA celebram o "Thanksgiving" (Dia de Ação de Graças) o Presidente norte-americano faz um telefonema de encorajamento às tropas no exterior e se dirige aos cidadãos com uma mensagem de esperança. Para Donald Trump, a noite de Ação de Graças, quinta-feira, foi também a ocasião perfeita para mais uma sessão de auto-elogio.
Depois de um telefonema às tropas com várias mensagens políticas, desde a questão dos migrantes até às queixas de obstrução da justiça norte-americana ou o caso Jamal Khashoggi, Trump atendeu perguntas dos jornalistas na sua casa de Mar-a-Lago, na Florida, onde passou o Dia de Ação de Graças com a família.
E à questão: "Sr. Presidente, qual a coisa por que está mais grato neste dia"?, Trump respondeu com uma palmadinha nas suas próprias costas. "Estou grato pela minha família e por ter feito uma tremenda diferença neste país. Eu fiz uma enorme diferença neste país", sublinhou. "Este país está tão mais forte agora do que quando eu entrei para a presidência que é difícil acreditar", continuou.
Durante a conversa com os militares, Donald Trump já tinha deixado rasgados elogios à sua atuação na Casa Branca. "Espero que vocês fiquem confortados por saber que as famílias americanas que levam tão bem guardadas no coração estão todas bem. O País está bem ecnonomicamente, melhor do que qualquer outro no mundo", referiu Trump.
A um general norte-americano no Afeganistão, Trump comparou a a tarefa de controlar a caravana de migrantes que percorre o México para tentar entrar nos EUA com a luta anti-terrorista das tropas americanas no exterior: "Vocês provavelmente já viram nas notícias o que está a acontecer na nossa fronteira a sul. E eu nem preciso de vos perguntar. Eu sei o que vocês querem que seja feito, eu sei que vocês querem saber quem é que estamos a deixar entrar nas nossas fronteiras."
O presidente norte-americano disse mesmo considerar fechar a fronteira com o México "caso a situação fique fora de controlo". Trump aproveitou o tema para atacar a Justiça e considerou uma "desgraça" a decisão do juiz federal que esta semana barrou a ordem presidencial de recusa de asilo a imigrantes ilegais.
Depois, em conversa com um comandante naval estacionado no Bahrain, Trump defendeu a sua política de imposição de tarifas comerciais a outros países, referindo que os EUA "foram prejudicados por muitos e muitos anos de maus acordos comerciais".
Outro tema abordado por Trump foi o relatório da CIA em relação à morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado da Arábia Saudita em Istambul (Turquia), com o presidente norte-americano a defender mais uma vez o príncipe saudita Mohammed bin Salman, apontado como provável mandante do crime no relatório da inteligência secreta. "Eles [CIA] não concluíram isso. Ninguém concluiu. Não sei se alguma vez alguém vai poder concluir isso. Eles disseram que ele pode tê-lo feito. É uma grande diferença", frisou Trump, que sublinhou ainda: "O príncipe odeia isso [o crime] mais do que eu".