Tribunal de Instrução Criminal ordena arresto da pensão de Ricardo Salgado
O Tribunal de Instrução Criminal ordenou o arresto da pensão de Ricardo Salgado, no âmbito do caso BES, avança a TVI. O arresto terá como objetivo garantir o pagamento de indemnizações e proteger os lesados do BES, caso Salgado venha a ser condenado. O banqueiro, ex-presidente do BES, recebe uma reforma do fundo de pensões do agora Novo Banco de cerca de 39 mil euros mensais.
Salgado é suspeito de corrupção, burla, fraude fiscal, branqueamento, falsificação de documentos e falsificação informática no âmbito das investigações relacionadas com o denominado "Universo Espírito Santo".
Recentemente, e de acordo com o que foi avançado pelo Correio da Manhã, o fundo de pensões do Novo Banco reduziu as reformas dos antigos gestores do BES e Ricardo Salgado foi um dos penalizados, com o rendimento cortado em 25%, para 39 mil euros. Antes, e segundo a mesma fonte, Salgado recebia 52.437 euros.
Mas, ainda no mês de setembro, o fundo de pensões do Novo Banco entrou com uma ação em tribunal para que a reforma de Ricardo Salgado e outros antigos gestores do BES tenha um teto igual ao último salário mais alto que lhes foi pago.
A reforma de Salgado é ainda da responsabilidade do Banco Espírito Santo, o "banco mau", por decisão do Banco de Portugal, que decidiu a resolução do BES. Caso a justiça dê razão ao Novo Banco, a pensão de Salgado não poderá ser superior a 11.500 euros ilíquidos.
Outros dos administradores alvo do eventual corte nas pensões do Novo Banco serão José Maria Ricciardi, Amílcar Morais Pires ou Joaquim Goes.
Recorde-se que Vítor Bento, quando chegou à presidência do Novo Banco, quis reduzir para nove mil euros líquidos a pensão de Salgado, mas a decisão foi anulada pelo regulador dos fundos de pensões, o Instituto de Seguros de Portugal.