Três portugueses retidos no aeroporto de Reiquejavique
O vento muito forte e "o pó castanho intenso no ar" deixam Rui Silva pouco confiante em que ele os dois colegas também portugueses, no país para dar um curso de segurança privada, consigam sair ainda hoje da Islândia, como relatou à agência Lusa por telefone. No aeroporto, onde se deslocaram hoje pela manhã, "não há ninguém, está deserto", com as autoridades a aconselhar as pessoas a permanecerem em casa e a seguirem a informação dada pelos serviços meteorológicos e pelas companhias aéreas para saberem o que fazer. "Inicialmente devíamos ter viajado às 8:55 para Londres e dai para o Porto. Mas os voos estão todos cancelados desde ontem [domingo] e pela manhã soubemos que o nosso voo tinha sido adiado para as 13:00, mas que podia ainda ser revista a situação. Mais tarde foi adiado para as 15:00, depois para as 19h00 e agora para as 20h00", disse Rui Silva.
Os três portugueses estiveram na montanha até sábado e aí, a mil metros de altitude notavam já "um pó intenso, castanho que cobre a neve, que incomoda os olhos e a respiração, embora até agora ninguém tenha sentido efeitos nocivos para a saúde". Hoje, pela manhã, esse pó era menos perceptível em Reiquejavique mas "agravou-se durante a tarde", relatou Rui Silva. "Agora sente-se também esse pó castanho no ar, que nos entra pela boca e afecta os olhos", referiu este português, que se mostrou pouco confiante de que as condições melhorem e possa haver ainda hoje a reabertura do espaço aéreo. Além da viagem adiada, Rui Silva relata que os serviços meteorológicos deram conta de que a erupção piorou as condições climatéricas e "há estradas fechadas e notícias de acidentes devido à intensificação do vento e as condições de visibilidade".
Quanto à sua situação, adianta que ele e os colegas estão "descansados", porque a parceira da sociedade que os emprega lhes está a dar o apoio que precisam. O espaço aéreo islandês está fechado desde domingo devido à nuvem de cinzas proveniente da erupção do vulcão Grimsvotn, situado no sul da Islândia. As autoridades islandesas estão a seguir a evolução da actividade do Grimsvotn e a direcção da nuvem, que não se deverá deslocar tão rapidamente como a do Eyjafjalljokull, o vulcão islandês que há um ano paralisou o tráfego aéreo europeu durante semanas.