Três idosos morrem na A12 a caminho de um funeral

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Montijo. A violência do embate e o balanço trágico levam as autoridades a admitir que o ligeiro de passageiros que ontem foi abalroado por um ligeiro de mercadorias estaria parado em plena auto-estrada. Os três ocupantes do ligeiro de seguiam para um funeral e tiveram morte imediata

Condutor do ligeiro, de 76 anos, travou bruscamente e o carro foi abalroado

Os três idosos que ontem morreram à saída da Ponte Vasco da Gama para a A12 tinham partido cedo de Mem-Martins (Sintra) para o funeral de um familiar na Margem Sul. No interior da viatura levavam as coroas de flores. Mas uma manobra perigosa pôs fim à viagem. O condutor Eduardo Delfim Pires, 83 anos, terá abrandado abruptamente a velocidade quando se apercebeu que estava a seguir no sentido do Algarve, tendo chegado mesmo a parar com o intuito de virar para nó do Montijo. Foi um acto fatal. O Volkswagen Polo em que seguiam foi violentamente abalroado por uma Peugeot de mercadorias, cujos dois ocupantes escaparam ilesos.

A colisão ocorreu por volta das 08.00, no sentido norte/sul, ao quilómetro 17,8, uns metros depois das portagens da Ponte Vasco da Gama. Quando os Bombeiros do Montijo chegaram ao local encontraram um cenário "arrepiante", segundo o adjunto de comando Luís Carvalho. O condutor e a mulher, Maria Luísa Pires, 76 anos, que seguia no banco traseiro, assim como o acompanhante Armando Loureiro, de 81 anos, tiveram morte imediata, sendo esmagados pela frente do Peugeot, que ficou encostada aos bancos dianteiros do Volkswagen.

"Não se percebia onde começava um carro e acabava o outro. Parecia uma fusão", descreveu o mesmo bombeiro. Os ocupantes do Peugeot, apesar do choque emocional, não precisaram de assistência médica, "porque a carrinha é alta e o embate não passou o pára-brisas", referiu.

Na estrada era visível uma travagem com cerca de 15 metros, embora entre o local da colisão até à imobilização dos dois veículos, na faixa da esquerda as viaturas não tivessem percorrido uma distância superior aos dois metros. Um dado que leva as autoridades a admitirem como muito forte a possibilidade de o Volkswagen estar imobilizado na via, justificando que se estivesse em movimento teria sido projectado por uma distância significativa, como consequência do embate, sendo pouco provável que o Peugeot atravessasse o veículo até aos bancos dianteiros, o que tornaria o acidente menos aparatoso.

Os corpos das vítimas foram transportados para a morgue do Hospital do Montijo, sendo que até às 15.00 ainda nenhum familiar tinha chegado ao local para fazer o reconhecimento dos cadáveres. Os automóveis foram rebocados para o parque de viaturas da Brigada de Trânsito no edifício da Lusoponte. Estiveram envolvidas nas operações de socorro três ambulâncias e uma viatura de desencarceramento.

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