Treinadores devolvem algum brilho ao dérbi de Milão

AC Milan e Inter defrontam-se domingo - ocupam o 7.º e 9.º lugar, respetivamente -, mas há algum tempo que deixaram de apaixonar os adeptos e lutar pelo título. Curiosamente, as maiores estrelas estão no banco: Inzaghi e Mancini
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O dérbi dos dérbis em Itália, ou o dérbi da Madonnina como é conhecido (referência à estátua de Nossa Senhora localizada em cima da Catedral Duomo de Milão), joga-se domingo (19.45, SportTV) em San Siro. Isto porque é o AC Milan a receber o grande rival Inter, já que o estádio muda de nome quando é o Inter a jogar em casa (Giuseppe Meazza). É o dérbi número 210 (oficial) da capital do futebol italiano, o 160 no campeonato..

Longe do brilho de outros tempos, com as duas equipas longe dos lugares europeus, e sem ambição de chegar ao título, temeu-se que o estádio não lotasse. O recinto tem capacidade para 80.018 adeptos, mas ontem ainda havia bilhetes - poucos mas havia. Mas o duelo no banco, Inzaghi versus Mancini (vai estrear-se depois de ter sido contratado há uma semana) parece ter dado algum brilho a um jogo entre o 7.º e o 9.º classificado do Calcio, respetivamente.

O primeiro confronto aconteceu a 18 de outubro de 1908, em terreno neutro, Chiasso, na Suíça. O Milan ganhou 2- 1 ao Internazionale (que seria fundado só depois desse jogo). Com o tempo a rivalidade só aumentou. O Inter leva vantagem no dérbi: já venceu 60 e perdeu 50, tendo empatado outros 50!

Em Itália, o Inter reinou entre 2005/2006 e 2009/2010 (nestas duas épocas com José Mourinho), com a obtenção de cinco títulos, antecedidos pelas conquistas do AC Milan em 2003/2004 (em 2004/2005 não houve vencedor devido ao caso de corrupção calciocaos, que levou à descida da Juventus) e ainda o título em 2010/2011. A partir daí a Juventus tomou as rédeas do futebol italiano, não dando hipóteses a ninguém, nem aos rivais de Milão, que até já falharam as competições europeias: o Inter esta época e o AC Milan em 2013/14.

Também por isso o dérbi da Madonnina atual é uma sombra daquilo que já foi. A grande maioria dos jogadores dos dois clubes estão longe da fama e estatuto de outros tempos. No AC Milan destacam-se Honda, Essien ou Torres, ao passo que no rival é Handanovic, Vidic e Icardi que mais chamam à atenção, mas já não existem estrelas de outrora como Gullit, Van Basten, Shevchenko, Rui Costa ou Kaká (AC Milan); Lothar Matthäus, Ronaldo, Figo ou Ibrahimovic (Inter).

As grandes figuras acabam mesmo por ser os dois treinadores, ambos ex-avançados. De um lado Filippo Inzaghi (41 anos), na sua primeira experiência como treinador no clube que representou durante 11 anos; do outro Roberto Mancini (49 anos), de volta ao clube onde já foi campeão por três vezes.

Em crise na mão de milionários...

Com a crise a abalar os dois clubes da capital, ambos têm feito restruturações para tentar renascer das cinzas. Se os acionistas do Inter decidiram vender o clube ao magnata indonésio Erick Thohir ( a contratação de maior impacto foi o médio Hernanes, ex-Lazio), também Silvio Berlusconi, patrão dos rossoneri, está a estudar essa hipótese. E já começou a retirar poderes ao então patrão do futebol Adriano Galliani, fazendo subir na hierarquia do clube a sua filha Bárbara.

"Os dois clubes estão mais interessados numa reestruturação total, que passa pela formação e pela própria estrutura diretiva, do que na aquisição de jogadores. Não querem repetir erros passados. Os dois clubes estavam a deteriorar-se financeiramente, até que chegaram ao ponto de não poderem fazer grandes contratações", disse ao DN o jornalista Andrea Sortea, do Tuttosport, salientando que não os vê capazes de destronarem a Juventus a curto praz.

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