Transplante de células estaminais salva criança

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É o primeiro transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical criopreservadas num banco privado português. A operação foi realizada em Fevereiro e permitiu salvar a vida de uma criança de 14 meses. O anúncio foi feito ontem pela empresa Crioestaminal.

A intervenção foi realizada a 19 de Fevereiro no Instituto Português de Oncologia do Porto, mas só agora foi divulgada publicamente, depois de estar comprovado o sucesso do transplante. "Agora já podemos anunciar que correu tudo bem. A criança já teve alta e está a recuperar bem em casa, deslocando-se apenas ao IPO/Porto para exames de controlo", revelou à Lusa uma fonte da Crioestaminal.

Este foi o primeiro transplante com células estaminais do sangue do cordão umbilical que estavam criopreservadas numa empresa privada portuguesa. "Os pais tinham guardado o sangue do irmão desta criança na Crioestaminal, a quem o IPO/Porto recorreu quando diagnosticou à criança uma imunodeficiência combinada severa", salientou a fonte.

A imunodeficiência combinada severa é um grupo heterogéneo de doenças raras, caracterizadas por deficiências no sistema imunitário, o que torna os doentes mais susceptíveis a infecções graves, que podem tornar-se recorrentes e, em última instância, fatais. O diagnóstico da criança, residente em Coimbra, revelou uma redução significativa e quase ausência de linfócitos CD8, o que poderia conduzir à sua morte. A solução do problema passava por um transplante de células estaminais de sangue do cordão umbilical ou da medula. "Depois de os pais da criança nos terem dito que tinham guardado as células do sangue do cordão umbilical do irmão, contactei o laboratório, pedi a verificação das condições das células e testei a compatibilidade", frisou Alzira Carvalhais, directora do Departamento de Imuno-Hemoterapia do IPO. "A criança teve a sorte de ter um irmão histocompatível, o que acontece em 25% dos casos", disse.

O sangue do cordão umbilical já foi utilizado em mais de 7000 transplantes no mundo para o tratamento de diversas doenças hemato-oncológicas, mas, em Portugal, apenas tinha sido utilizado até agora sangue armazenado em bancos públicos internacionais. |

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