TransforMAR: o projeto que recolhe plástico para salvar o mar
Está de volta o projeto que, em cinco anos, recolheu das praias portuguesas 180 toneladas de plástico. O TransforMAR - promovido pelo Lidl Portugal juntamente com o Electrão, em parceria com a Brigada do Mar, Marinha Portuguesa e Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), e com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Quercus - vai para o sexto ano consecutivo com o objetivo de continuar a salientar a importância da consciência ambiental, remover plástico das praias e promover a economia circular.
Desde 2018 que têm vindo a ser levadas a cabo nas praias portuguesas ações que incentivam não apenas à reciclagem dos resíduos como também à redução da utilização de plástico, dando mecanismos às famílias para contribuírem para um planeta mais sustentável. Ao longo dos anos, o projeto tem vindo a crescer e atualmente marca presença em quase duas vezes mais praias do que na primeira edição. Além disso, o sucesso mede-se também em quantidade de plástico recolhido: se no início foram 1,5 toneladas, no ano passado foram 67.
Mas, mais do que implementar depósitos para a recolha de resíduos de plástico e metal em 20 praias, vão ser feitos jogos e quizzes sobre sustentabilidade para toda a família e atividades lúdicas para crianças em colónias de férias por todo o país, num total de cerca de 30 praias impactadas. A juntar a isto, em colaboração com a Marinha Portuguesa, o TransforMAR vai financiar operações de recolha de redes de pesca em alto mar.
Segundo dados veiculados pela União Europeia, os resíduos produzidos pelas atividades de pesca representam 27% do total dos resíduos marinhos de plástico encontrados no espaço europeu, nos quais se incluem as redes de pesca. E, como o nome do projeto não é em vão, nos últimos cinco anos o plástico recolhido tem sido transformado, dando origem a diferentes produtos, desde aparelhos de atividade física a mobiliário urbano e até t-shirts. Este ano, as redes de pesca recolhidas vão ganhar uma nova vida através de sacos de fibras recicladas cujo valor de venda, indica a Responsável de Sustentabilidade do Lidl Portugal, Ana Burmester, "continuará a apoiar a atividade da Marinha na preservação do habitat marinho".
Os bons resultados do projeto não significam, contudo, que a necessidade de realizar atividades de consciencialização desapareceu. O facto de apenas 50% das embalagens serem recolhidas e recicladas indica que ainda há muito a fazer. Apesar de há mais de duas décadas o país investir na reciclagem, "os resultados continuam aquém do esperado", considera Ana Matos, Responsável de Sensibilização, Comunicação e Educação do Electrão.
"Ideias erradas sobre a reciclagem, falta de informação ou algumas dificuldades de acesso às infraestruturas explicam comportamentos menos adequados", diz ainda. Por isso mesmo, e até que as práticas sustentáveis estejam tão incutidas na nossa rotina como lavar os dentes, as atividades de sensibilização continuam e continuarão a fazer sentido.