Trabalhadores da RTP e RDP decidem-se pela greve

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Os jornalistas e os funcionários técnicos da RTP e RDP decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de sexta-feira, 18, dois dias antes das eleições, mas o presidente da empresa, Almerindo Marques, garantiu, em declarações ao DN que não volta atrás.

Em plenário convocado pelo Sindicato dos Jornalistas, Sindi-cato dos Trabalhadores de Tele- comunicações e Comunicações (STT) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) , os trabalhadores deliberaram não assinar o novo Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) proposto.

Dez dos treze sindicatos envolvidos aceitaram as condições da administração. Mas Alfredo Maia, presidente do Sindicato dos Jornalistas, afirma que essas dez associações sindicais representam apenas 25% dos funcionários. Contactado pelo DN, Alfredo Maia disse que " dia 18 inicia-se uma greve por tempo indeterminado". Adiantou que "será uma greve parcial de duas horas em cada turno por sector. Será ainda uma greve ao trabalho suplementar e ao trabalho nocturno". O objectivo é "obrigar a empresa a recuar na adopção do documento, uma vez que este retira regalias aos trabalhadores", acrescentou Alfredo Maia.

Teresa Nunes, responsável do STT, disse ao DN que se trata de "uma greve de cinco dias com vista à retoma das negociações entre os sindicatos e a administração". "Foram os trabalhadores da área operacional, presentes no plenário, que avançaram com a proposta de greve", afirmou.

"O clausulado é pior que o Código de Trabalho. A administração propôs reduzir o horário de trabalho de 40 para 36 horas semanais até 2008, mas no caso da RDP é aumentado porque trabalham agora 35 horas", sublinhou Teresa Nunes. O SJ, o STT e o SINTTAV já tinham apresentado à administração outras propostas e esperam agora que a empresa reconsidere.

Fernando Andrade, delegado sindical e repórter de imagem, mantém a esperança de que a administração recue na adopção do ACT. "Quero acreditar que têm bom senso. Há quatro anos que não temos aumentos e agora oferecem salários mais baixos. Não somos inconscientes, mas as propostas são inaceitáveis", disse ao DN, acrescentando que "a emissão no dia das eleições estará sempre assegurada porque existem serviços mínimos".

O administrador da RTP, Almerindo Marques garantiu ao DN que não volta atrás na sua posição. "A RTP negociou um Acordo Colectivo de Trabalho com dez associações sindicais que representam a maioria dos trabalhadores. As outras três são minoria, em número, dos trabalhadores que representam", disse.

"Na próxima semana o Acordo vai ser assinado com os dez sindicatos", frisou o presidente da RTP. Se o instrumento de regulamentação laboral "não for assinado por esses três sindicatos, os seus sindicalizados ficarão sujeitos à lei geral do trabalho», afirmou Almerindo Marques, que acredita na disposição dos sindicatos de não avançar em com a greve.

Um assessor de Morais Sarmento disse que "o ministro não comenta questões internas da empresa".

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