Trabalhadores da Rohde pedem ao Estado comprador

Os trabalhadores da Rohde vão pedir ao Estado para encontrar um comprador se a administração da empresa quiser fechar portas, disse à Lusa Fernanda Moreira, do Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra.
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O futuro da fábrica de calçado Rohde decide-se hoje, quando a administração da empresa comunicar aos seus cerca de 1000 funcionários se há condições para manter a produção e os postos de trabalho.

A decisão deverá ser anunciada ao princípio da manhã, quando os operários dessa fábrica de Santa Maria da Feira regressarem ao trabalho após três semanas de férias, para as quais já partiram sabendo que a sua situação laboral ficaria definida a 7 de Setembro.

O teor da reunião que está prevista entre os trabalhadores e a administração da empresa ainda não foi antecipado ao Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra, mas Fernanda Moreira, dirigente desse organismo, afirma à Lusa: "Se a empresa quiser fechar, vamos apelar ao Estado".

"Já tínhamos feito uma exposição ao Governo sobre o que se está a passar na Rohde", conta a dirigente sindical. "Se as notícias forem más, vamos pedir a intervenção do Estado para que tente arranjar um comprador para a empresa", garante.

Fernanda Moreira acredita que o futuro da fábrica "continua a passar pela necessidade de encontrar um comprador interessado em dar-lhe continuidade" e defende que o Governo está em posição privilegiada para ajudar nesse sentido, porque "tem mais contactos com empresários, sejam eles portugueses ou estrangeiros".

Os 984 trabalhadores da Rohde não têm salários em atraso e até ao passado dia 14 de Agosto mantinham horários de trabalho completo. Alguns sectores de produção estavam, contudo, quase inactivos, pelo que a administração da fábrica já vinha destacando os funcionários desses departamentos para outras tarefas, como a limpeza de armazéns.

Ajudas por parte da empresa-mãe não serão de esperar, como Fernanda Moreira já referira à Lusa no início de Agosto: "[Na unidade de Santa Maria da Feira] é o dinheiro que se faz com as encomendas que paga os salários; a Alemanha não manda para cá dinheiro nenhum".

O cliente que adquiriu a unidade alemã absorve, no entanto, 80 por cento das encomendas da Rohde portuguesa, que é a maior empregadora nacional na indústria do calçado.

A empresa está a ser administrada por um gestor judicial alemão, nomeado por altura da falência da empresa-mãe, em Março de 2007, e por três procuradores em Portugal.

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