A administração da empresa de Santa Maria da Feira propõe-se, nesse período, encontrar uma solução que evite o encerramento da fábrica e começou por fechar os sectores de produção que estavam parados: o de corte, o de embalagem e algumas áreas do departamento de costura..Ao longo das próximas semanas, mais trabalhadores deixarão de comparecer na Rohde. Na segunda-feira ficam em casa mais 50 funcionários, no dia 28 de Setembro outros 160 e a 01 de Outubro o mesmo se aplica a mais 32.."Está previsto que só cerca de 50 pessoas é que não vão para lay-off", afirmou Fernanda Moreira, do Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra..A razão para que estes trabalhadores não sejam afectados pela suspensão laboral é o facto de "estarem a fazer uma encomenda para a Baltis", uma empresa de calçado alemã..Para os restantes funcionários da Rohde a suspensão vai ser total, mas Fernanda Moreira diz que, "nas negociações entre o sindicato e a administração da empresa, ficou salvaguardado que quem está em 'lay-off' pode procurar trabalho sem perda de direitos"."A lei permite que quem está em lay-off arranje outra coisa para fazer", recordou a dirigente sindical, "mas quem tiver outro trabalho não ganha salário pela Rohde e, mesmo assim, tem que estar disponível para comparecer na fábrica a qualquer altura, se o patrão chamar".."Neste caso", continuou Fernanda Moreira, "conseguimos garantir que quem arranjar outro emprego durante estes dois meses pode mesmo assim reclamar os seus direitos se, no final do 'lay-off', a empresa encerrar"..A decisão da Rohde de avançar para a suspensão temporária de trabalho foi comunicada aos seus 984 trabalhadores na passada segunda-feira..Os administradores da empresa adiantaram também que iriam pedir a insolvência e, segundo informações do sindicato, esse processo deverá dar entrada no tribunal na próxima semana.