Trabalhadores da Preh Portugal em protesto na Trofa por aumentos salariais
Segundo o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE) Daniel Sampaio, metade dos cerca de 600 trabalhadores da empresa alemã de componentes para a indústria automóvel, afetos à produção, são precários.
Acusando a empresa de "recorrer sistematicamente a trabalho temporário, mesmo tendo todas as condições para ter todos os trabalhadores numa situação de efetividade", Daniel Sampaio esclareceu que 100 dos precários têm vínculo à Preh Portugal enquanto os restantes 200 "são fornecidos por empresas de trabalho temporário".
"Nos últimos seis anos a empresa ultrapassou os 75 milhões de euros de lucro" revelou o dirigente sindical, dando conta que nesse período os "ajustamentos salariais aos trabalhadores não chegaram a 1% em média", o que traduzido em euros, segundo o SITE dá sete euros por ano.
A greve que está na base da manifestação iniciou-se ao meio-dia e vai abranger os quatro turnos, tendo uma duração de duas horas em cada um, sendo expectativa do sindicato que assim que o turno das 14:00 se inicie o número de grevistas atinja as "duas centenas".
Em complemento, denuncia o sindicato, a empresa decidiu este ano atribuir uma "compensação salarial única de 30 euros aos funcionários", além de "praticar uma bolsa de horas ilegal", o que, acusou, "contribui para uma diminuição ainda maior do valor dos salários".
No pessoal afeto à produção, "o salário médio praticado na empresa é de cerca de 720 euros", disse à Lusa Daniel Sampaio, reclamando do facto de nos últimos seis anos a empresa "ter tido condições para aumentar os salários na ordem dos 4%".
Há 46 anos na empresa, Joaquina Silva entende que "ganham pouco para o que trabalham" e que os aumentos verificados "vão para pagar os impostos".
"Estamos cansadas de trabalhar aos sábados e queremos a redução do banco de horas, pois nunca nos foram pagas e são gozadas apenas quando eles querem, sendo obrigado a trabalhar, inclusive, aos sábados", denunciou.
Contactada pela Lusa, a administração da empresa que produz componentes eletrónicos para a indústria automóvel não se mostrou disponível para fazer comentários.