Toyota Highlander: Um SUV americano em Lisboa

Nos EUA já vai na quarta geração, mas o Highlander só agora chegou à Europa. Vem ocupar o lugar do maior SUV da Toyota, com motorização híbrida, sete lugares e muito conforto. Mas como se dará este americano com as nossas estradas?...
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Com 4,97 metros de comprimento, o Highlander passa a ser o maior SUV da Toyota na Europa, mas nos EUA ainda há o Sequoia com os seus imponentes 5,21 m. Nunca ter tido um Diesel impediu que viesse mais cedo para a Europa, mas a versão 2.5 híbrida mudou tudo. Isso e ter sete lugares são as razões para ter "emigrado" da fábrica de Princeton para a UE.

O capô horizontal e a grelha XXL são alguns dos "tiques" admirados do outro lado do Atlântico. Do lado de cá, o Highlander ganha personalidade com o seu estilo desalinhado dos outros Toyota. No habitáculo, há um ambiente de qualidade, mas há também simplicidade no ecrã tátil de 12,3" que até tem Carplay e Android Auto mas com grafismos ultrapassados. O "head-up display" é bom mas o painel de instrumentos tem demasiada informação escrita. A posição dos bancos não é muito alta, mas existem estribos que facilitam o acesso às crianças e atrapalham os adultos.

A posição de condução tem regulações suficientes do volante e o banco é muito macio e confortável. A segunda fila desliza numa calha de 18 cm, permitindo ajustar o espaço na terceira fila. Três adultos vão bem na segunda fila, dois vão encolhidos na terceira. E para lá chegar é preciso ginástica, o que aconselha a sua utilização a crianças. A mala varia entre os 268 e os 579 litros, dependendo de ter ou não a terceira fila levantada. A visibilidade para a frente e para os lados é muito boa, para trás é mais difícil, mas o retrovisor transforma-se num ecrã mostrando a imagem captada por uma câmara.

O diâmetro de viragem de 11,4m ajuda nas ruas estreitas e nas manobras. Raramente guiar este americano nas nossas cidades é um problema. A suspensão e os pneus 235/55 R20 fazem o Highlander passar pelos pisos mais estragados com excelente conforto. A direção é muito leve e o pedal de travão não é muito progressivo. A caixa de variação contínua é suave e não puxa demasiado pelo regime do motor.

São frequentes as situações em que a parte elétrica move o Highlander sem o motor a gasolina, por exemplo no arranque ou com pouca pressão no acelerador. Quando se acelera mais, os três motores colaboram e a progressão é boa, apesar de os 2015 kg não permitirem fazer os 0-100 km/h em menos de 8,3 segundos. Mais importante é o consumo, no meu teste em cidade obtive uma média de 6,8 l/100 km/h, usando o modo Eco. Também existem os modos Normal e Sport.

O sistema híbrido tem um motor 2.5 a gasolina de quatro cilindros, com 190 cv e dois motores elétricos. O primeiro motor elétrico está na frente, acoplado à caixa de velocidades e-CVT e tem 182 cv, o segundo está atrás, move só as rodas traseiras e tem 54 cv. A potência máxima combinada é de 248 cv, com tração às quatro rodas. O sistema híbrido é o habitual da Toyota, com trem epicicloidal e uma bateria de níquel sob o banco da segunda fila. É um "full hybrid", não é um "plug-in" e não perde muito por isso.

Na autoestrada mostrou a vocação para longas viagens. A suspensão é muito confortável, sem deixar a carroçaria bambolear, a insonorização excelente e a sensação de tranquilidade é permanente. Rodando a 120 km/h, o consumo subiu para os 7,0 l/100 km, um bom valor. Com o depósito de 65 litros, a autonomia é de 928 km. Na maioria do tempo, apenas a tração às rodas da frente está a funcionar. Só nos arranques mais bruscos a tração (exclusivamente elétrica) às rodas de trás ganha protagonismo, ou à saída de curvas lentas. Levando o Highlander para uma estrada secundária com algumas curvas, e passando ao modo Sport, as diferenças são poucas. A transmissão tem patilhas fixas ao volante, mas a sua obediência é relativa. Quando se anda mais depressa, rapidamente se percebe que a prioridade é o conforto, não o gozo da condução.

Há ainda um modo "Trail" que otimiza a transmissão e o controlo de tração para estradas nevadas. À falta de neve, usei uma estrada de terra solta e o Highlander cumpriu o trajeto sem esforço, sempre com ótima tração.

Com um preço base de 66 800€, o Highlander rivaliza com o Hyundai Santa Fé, Kia Sorento e Ford Explorer. São todos feitos para os EUA, mas as versões híbridas tornaram-nos interessantes na Europa, até pelo contributo para a descida de CO2 nas respetivas marcas.

Toyota Highlander 2.5 HDF AWD-i

Motor: 2.5 litros a gasolina com 4 cilindros e dois motores elétricos.

Potência combinada: 248 cv.

Tração: às quatro rodas.

Aceleração 0-100 km/h: 8,3s.

Velocidade máxima: 180 km/h.

Consumo médio WLTP: 7,0 l/100 km.

Emissões em ciclo misto WLTP: 158 g/km CO2.

Bagageira: 268 a 579 litros.

Preço: 66 800 euros

https://targa67.motor24.pt/

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