Torres Vedras é capital europeia de satélites de lata

Competição CanSat, destinada a jovens europeus do ensino secundário e promovida pela ESA e pela Ciência Viva, chega hoje ao fim
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À primeira vista são latas de refrigerante banais, mas é puro engano. Por dentro, elas estão cheias de materiais eletrónicos miniaturizados, de sensores disto e daquilo, um emissor e uma bateria. Nos últimos dois dias, no Aeródromo da Praia de Santa Cruz, em Torres Vedras, 16 grupos de jovens estudantes de 14 países europeus, incluindo uma equipa portuguesa dos Açores, atarefaram-se em volta dos respetivos projetos, na final europeia da competição CanSat, promovida pela agência espacial europeia ESA e organizada em Portugal pela Ciência Viva, em colaboração com o AeroEspaço/Aeroclube de Torres Vedras.

A ideia da CanSat (satélite em lata, como diz o nome) é dar oportunidade aos jovens europeus do ensino secundário de pôr as mãos na massa, num projeto científico e tecnológico com a exigência de qualidade que os testes espaciais impõem. Hoje, depois de três dias de trabalho intenso, de lançamentos de avião e com rockets, e da apresentação dos resultados finais pelas equipas, serão conhecidos os vencedores.

Os lançamentos por rocket, que levaram os microssatélites até à altitude de mil metros foram ontem: o tudo por tudo numa curta descida, à velocidade de 12 metros por segundo. Naquele escasso minuto e poucos segundos, cada grupo tinha de receber os sinais enviados pelo seu microssatélite, com as medições obrigatórias de temperatura e humidade do ar, além dos dados da missão secundária escolhida para a competição.

No caso da equipa portuguesa, cujos quatro jovens participantes têm uma média de idades de 15 anos e vêm da Escola Básica e Secundária de Santa Maria, nos Açores - uma escola veterana e há dois anos a campeã nesta competição internacional -, a missão secundária era bem original.

Os AeroSpace Team, como se designaram a si próprios, conceberam um satélite de comunicação para uma missão de socorro. A ideia, era que o seu pequeno engenho de lata pudesse servir de retransmissor de um sinal de socorro a partir de um local isolado e sem outro acesso a comunicações com o exterior.

Com este projeto, a equipa dos Açores ganhou, aliás, em maio, o passaporte para esta final europeia, ao conquistar a competição nacional do CanSat. Ontem, no entanto, a prova não lhes correu tão bem, mas eles mostravam-se "confiantes", como o Flávio Cabral, 15 anos, aluno do 10º ano na área de Ciências e Tecnologias, afirmou ao DN.

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