Construída para a Expo 98, a Torre Vasco da Gama é o edifício mais alto de Lisboa e do país, com cerca de 140 metros de altura - aos quais se acrescentam os cerca de 7 metros do bloco de betão que suporta o "mastro" de 25 metros onde está permanentemente hasteada uma bandeira de Portugal visível a muitos metros de distância..A estrutura mista da autoria dos arquitetos Nick Jacobs e Leonor Janeiro (com estruturas de Nuno Costa) situa-se na zona norte da atual freguesia do Parque das Nações. O recorte singular da estrutura de aço faz lembrar a vela de um barco e a construção circular do topo assemelha-se ao cesto da gávea - onde funcionou um restaurante durante a exposição, o qual encerrou em 2001..Em 2009 teve início a construção do edifício anexo à torre (desenhado pelo arquiteto Nuno Leónidas), onde atualmente funciona um hotel de luxo da cadeia SANA Hotéis. No topo da torre, a estrutura circular voltou à sua função original em 2018, ano em que o grupo abriu o restaurante Fifty Seconds by Martín Berasategui, a 120 metros do solo..Se até agora as vistas sobre o rio Tejo, a ponte Vasco da Gama, a zona oriental de Lisboa e a margem Sul só poderiam ser apreciadas pelos clientes do espaço de restauração, a partir do próximo verão, qualquer pessoa poderá subir ao topo da torre, como adiantou ao DN Pedro Miguel Ramos, diretor de comunicação do grupo SANA.."O restaurante está a 120 metros de altura" - no primeiro piso da estrutura circular que corresponde à zona das janelas retangulares - "e o topo da cúpula, a 140 metros, vai abrir ao público no decorrer deste verão de 2021", avança..O miradouro terá uma zona de cafetaria/bar e irá permitir aos visitantes circular por todo o perímetro, permitindo desfrutar de "uma vista única, a 360º, sobre a zona oriental de Lisboa", explica. O acesso será pago. Embora o valor ainda não esteja definido, "estará em linha com outros locais turísticos de características semelhantes".."A Torre Vasco da Gama não é um monumento nacional, mas é praticamente como se fosse", considera Pedro Miguel Ramos, destacando a importância de colocar nos circuitos turísticos um ponto até agora inacessível para a maioria das pessoas.."Quando a Torre Vasco da Gama foi construída para a Expo 98, começou por ser um restaurante que funcionou durante três anos. Depois fechou e não voltou mais a estar aberto ao público", relembra. "O espaço por cima do Fifty Seconds vai ser agora devolvido à cidade, aos portugueses, através do grupo SANA", uma devolução que dá resposta às inúmeras solicitações que têm recebido ao longo dos anos..A abertura a um público mais alargado "vai também ao encontro do desejo das milhares de pessoas que ao longo tempo têm procurado esta estrutura porque a querem descobrir". "Os que não conhecem querem descobrir, os que conheceram na altura da Expo 98 querem redescobrir", afirma o diretor de comunicação. "É sempre um sítio muito desejado", frisa..Com que frequência entram pessoas no lobby do hotel, a pedir exclusivamente para subir ao topo da Torre Vasco da Gama? Diariamente, responde Pedro Miguel Ramos. "É quase um impulso natural: as pessoas querem entrar, querem ver, querem subir e querem ter esta experiência", acrescenta. "Até porque não existe, neste momento, uma entrada diferenciada para a Torre Vasco da Gama. A partir do verão já será diferente.".Quando o último piso estiver aberto ao público, o acesso aos ascensores será feito através de uma "entrada independente", no lado oposto à do hotel. Chegar ao ponto mais alto da Torre Vasco da Gama (a zona da cúpula, onde as janelas têm a forma de hexágono e que, vista do solo, se assemelha a uma estrutura celular) demora cerca de um minuto e a viagem tem um fator surpresa.."O elevador não é totalmente panorâmico mas vai revelando a vista de que se irá desfrutar no final da subida, que demora precisamente 50 segundos até chegar ao restaurante e cerca de um minuto até ao miradouro", refere Pedro Miguel Ramos.."Há um momento em que há um fator "uau" - o momento em que no nosso horizonte, o Myriad by SANA [o edifício anexo] se desloca visualmente da própria torre e ficamos com o olhar completamente suspenso e nas nuvens. Uma viagem incrível que aconselho a todos que venham descobrir no próximo verão", descreve..A subida à Torre Vasco da Gama irá fazer-se exclusivamente através dos ascensores e não será possível recorrer às escadas, um dos elementos característicos da arquitetura da enorme estrutura de aço. ."Obrigatoriamente a subida e a descida na Torre Vasco da Gama serão feitas pelos dois ascensores que estão instalados desde o início do projeto. As escadas são um circuito de segurança alternativo" e não podem ser utilizadas fora desse registo, sublinha. Por isso, quem olha para as escadas e imagina subir a contar quantos degraus existem até lá cima, não poderá fazê-lo porque a área das escadas irá estar vedada. "Não quer dizer que não possa acontecer em algum evento em concreto ou nalgum momento mais especial, mas não será acessível normalmente", clarifica..Mas quantos degraus existem no total? "Neste momento, não tenho esse número presente", diz Pedro Miguel Ramos. No entanto, será uma informação que poderá vir a estar disponível - a título de curiosidade - junto às informações relativas aos pontos de interesse que se avistam a partir do miradouro que irão ser colocadas no local..Degraus à parte, o local será "mais um ponto de observação da nossa fantástica cidade e passará a fazer parte do roteiro obrigatório de todos os que gostam deste tipo de experiências", prevê. "O que se oferece aqui a nível de experiência não existe em mais nenhum outro lugar de Lisboa", conclui..elsa.rodrigues@vdigital.pt