Torre Eiffel fará 120 anos com uma nova silhueta
Plataforma superior terá o dobro do espaço, graças a estrutura em 'kevlar'
"Candeeiro de rua", "esqueleto de campanário", "supositório" ou "carcaça à espera de tijolos" foram alguns dos mimos que muitos dos intelectuais da época chamaram à torre concebida por Gustave Eiffel, para a Exposição Universal de Paris de 1889. Aclamada mundialmente como símbolo da cidade e da própria França durante mais de um século, a Torre Eiffel volta agora a gerar controvérsia, graças ao projecto para as comemorações dos 120 anos, em 2009.
Assinado pelo atelier do arquitecto francês David Serero, que venceu o concurso da SETE (Sociedade de Exploração da Torre Eiffel) para redesenhar a plataforma panorâmica do último andar e conferir uma nova silhueta ao famoso monumento de 300 metros de altura, o projecto expandirá a área acessível ao público de 280 para 580 metros quadrados.
A extensão será feita através do "transplante de uma estrutura de kevlar de alta performance", estrutura essa que será "temporariamente aparafusada à laje, sem ser necessária qualquer modificação na estrutura já existente", lê-se no site do atelier.
O diário inglês The Guardian adiantou, entretanto, que a rede de kevlar - uma fibra composta extremamente leve e resistente, usada, por exemplo, em coletes à prova de bala ou nos châssis de certos automóveis de corrida - ficará suspensa a 276 metros do chão e ligada à torre do mesmo modo que as asas de um avião se ligam à fuselagem.
A utilidade e os custo (ainda não revelados) estão na base das críticas, mas um porta-voz da SETE, citado pelo jornal, já veio explicar que o objectivo é aumentar a qualidade do acesso à Torre Eiffel, visitada anualmente por 6,9 milhões de pessoas. Em dias de grande afluência, é preciso esperar uma hora para subir.