Tony Blair defende o seu título de "Sir" e rejeita ser lembrado apenas pela invasão do Iraque
O líder mais bem-sucedido do Partido Trabalhista, que venceu três consecutivas eleições gerais no Reino Unido, foi nomeado "Sir" Tony na lista de honras de Ano Novo da rainha Isabel II.
O anúncio foi defendido pelo governo conservador de Boris Johnson, mas várias petições online querem que o título seja retirado. Uma petição em change.org, acusando Blair de "crimes de guerra", atraiu mais de um milhão de signatários.
Blair disse que aceitou o título de cavaleiro não apenas para si, mas para as "pessoas dedicadas e comprometidas" que trabalharam com ele no governo e "forneciam muitas mudanças ao país".
"E é claro que haveria sempre quem se opusesse fortemente a isso. Era de esperar", disse Blari à Times Radio.
"Há algumas pessoas que querem dizer que a única coisa que o governo fez foi [invadir] o Iraque e ignoram todas as outras coisas que fizemos", acrescentou Blair, salientando que "não se ocupa um cargo de liderança nem se toma decisões sem suscitar muita oposição, e por isso não me surpreenderam estas críticas".
A Rainha Isabel II condecorou pessoalmente Blair com o grau de Cavaleiro ('Knight Companion') da Ordem de Garter, a mais antiga e mais elevada ordem honorífica de cavalaria.
Anteriormente, Isabel II já atribuíra essa condecoração também ao ex-primeiro-ministro conservador John Major, em 2005..
Blair, agora com 68 anos, derrotou Major com uma vitória esmagadora dos trabalhistas em 1997 e passou uma década no cargo.
Entre os marcos da sua governação estão a conquista da paz na Irlanda do Norte, investimentos em saúde e educação e expansão dos direitos dos homossexuais. Mas Blair foi amplamente criticado por causa do seu apoio à invasão do Iraque, liderada pelos EUA em 2003.
O ministro conservador sénior Michael Gove, embora observando as suas diferenças políticas, disse esta semana que Blair era um "excelente estadista".
O atual líder trabalhista Keir Starmer disse que Blair mereceu o título de cavaleiro, argumentando que "tornou a Grã-Bretanha um país melhor".