Todos vieram ver Red Hot Chili Peppers

Red Hot Chili Peppers levaram 20 mil pessoas para o Super Bock Rock. T-shirts da banda sobressaíam na paisagem. Tal como a segurança, mais apertada
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A fruta ficou à porta, líquidos não entraram e confirmou-se o que Luís Montez, organizador do Super Bock Super Rock, prometeu nas vésperas do festival: segurança reforçada. À entrada, detetores de metais e revista minuciosa, de pessoas e de bens.

Alexandra e Leonor, amigas, de Lisboa, surpreenderam-se porque não puderam entrar com garrafas de água. "Geralmente, só tiram as tampas ou pedem para pormos num copo de plástico". Aqui, foi mais do que isso. Outro festivaleiro, que preferiu não ser identificado, diz que não pôde entrar com fruta e que o desinfetante das mãos também foi alvo de escrutínio meticuloso.

As portas abriram cerca das 15.00, mas quem queria correr de imediato para apanhar um lugar junto à grade dentro do Meo Arena teve de esperar mais uma hora. "Ainda está a decorrer o sound check", explicou um dos seguranças, junto à porta.

Bruno e Vânia, diretamente de Paredes para o Parque das Nações, eram os primeiros da fila, mas não era o lugar de primeira que os atraía. "Queríamos um sítio à sombra". "Já não temos idade para isso", acrescenta ele, 35 anos, referindo-se à correria a que se assiste quando é dada ordem para entrar. "A grade é sempre interessante, mas não estamos obcecados". No concerto queriam de ouvir a canção Scar Tissue. Atrás deles, duas amigas falam de outro "clássico" do início da carreira da banda de Los Angeles: Under the Bridge. Nem uma nem outra fizeram parte dos últimos concertos, em solo norte-americano.

Aeroplane, "uma das antigas", segundo Catarina Crispim, Laura Herrera e Beatriz Álvaro, era das canções que gostavam de ouvir no Meo Arena. Laura descobriu os Red Hot Chili Peppers em Madrid, quando acompanhou o pai a ver outra banda. Depois, na escola secundária, descobriu esse gosto em comum com Beatriz e Catarina. No ano passado ponderaram ver a banda no Reino Unido ou em Barcelona. "Ainda bem que esperámos", diz Catarina. O que esperavam ver ao vivo? "Como conseguem ter a mesma energia de sempre?".

Quando as portas abriram de par em par, Bruno e Vânia correram, mas não foi preciso talento de Usain Bolt para chegar à frente. As gémeas Carla e Filipa, com as suas t-shirts de Red Hot Chili Peppers, preta e branca, por exemplo, até mudaram de ideias depois de terem contado ao DN, dentro do Meo Arena, que esperaram "sete meses" pelo concerto lá de casa e que nem são as únicas fãs. Tudo começou com os pais. Elas acompanham o trabalho da banda desde 2003. Deixaram vago um bom lugar na plateia para encontrar duas cadeiras no balcão sem nenhum arrependimento. Por essa altura faltavam oito horas para ver Anthony Kiedis e Flea subir ao palco.

As jovens de 21 anos eram uma das muitas t-shirts que se tornaram no visual 'oficial' do primeiro dia de SBSR. À beira-rio, Henrique Lopo entreteve-se a contá-las junto dos amigos, Cláudio Nogueira e Cláudia Sousa. Sessenta e três, quando passavam pouco das 16.30. Os rapazes são repetentes neste festival, além de Red Hot Chili Peppers, queriam ouvir Boogarins e Capitão Fausto. "Parece que este ano está mais cheio", avalia Henrique, concorda Cláudio. Vêm todos os dias de Torres Vedras. Amanhã, o objetivo é ouvir Future, o cabeça de cartaz da segunda noite do festival. Sábado é dia de Deftones.

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