"Todo Feio" e "Moleza": os nomes de código dos subornados pela Odebrecht

Lista dos nomes usados para esconder as transações ilegais a políticos brasileiro foi revelada em delação premiada
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O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Claudio Melo Filho, terá divulgado a lista de nomes de código que eram dados aos políticos brasileiros, para esconder as transações ilegais, na sua delação premiada.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, do Partido do Movimento da Democracia Brasileira (PMDB) era conhecido como o "Primo", segundo o jornal Folha, enquanto o presidente do Senado, Renan Calheiros, era chamado de "Justiça" e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o "Botafogo".

Moreira Franco, conselheiro informal do Planalto era conhecido como "Angorá", Geddel Vieira Lima, do PMDB, que foi demitido do cargo de ministro após uma acusação de tráfico de influências, era chamado "Babel", o ex-deputado Eduardo Cunha era o "caranguejo" e o senador Romero Jucá, ex-ministro do Planeamento de Temer e braço direito do presidente, era o "Caju".

A Folha publica uma lista de 48 nomes e alcunhas das personalidades que terão recebido dinheiro da empreiteira brasileira, construída a partir do testemunho de Cláudio Melo Filho, que tem no topo a figura de Michel Temer. Segundo o ex-vice-presidente das Relações Institucionais, o presidente do Brasil terá recebido, em 2014, 10 milhões de reais (2,7 milhões de euros),

Na lista pode ver-se também que nem todos os envolvidos tinham nomes simpáticos. O deputado federal Heráclito Fortes era chamado "Boca Mole", o deputado federal Inaldo Leitão era o "Todo Feio", Jutahy Magalhães, que ocupa o mesmo cargo, era o "Moleza" e o Paes Landim, também deputado, é o "Decrépito".

Havia ainda a "Feia", a senadora Lídice da Mata, o "Gripado", o senador José Agripino Maia, o "Índio", senador Eunicio Oliveira, o "Candomblé", o vereador Edvaldo Brito e o "Las Vegas", o ex-acessor de Dilma Roussef, Anderson Dornelles.

Cláudio Melo Filho revelou o nome e as quantias que várias figuras políticas brasileiras receberam ao longo dos anos após ter assinado um acordo de delação premiada com o juiz Sérgio Moro e as autoridades da Operação Lava-Jato.

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