Todas as famílias são feitas de memórias e fantasmas

Com a estreia do seu derradeiro filme, <em>Se Eu Fosse Ladrão... Roubava</em>, podemos redescobrir o universo mágico e realista de Paulo Rocha
Publicado a
Atualizado a

A estreia do derradeiro filme de Paulo Rocha, Se Eu Fosse Ladrão... Roubava (quinta-feira, dia 14), não pode deixar de nos reconduzir a muitas e frondosas memórias da história do cinema português. Estamos a falar, afinal, de um objeto elaborado como uma espécie de autobiografia romanesca, realizado nos anos finais da vida do realizador (falecido a 29 de dezembro de 2012, contava 77 anos). Além do mais, ainda recentemente, ao descobrirmos o filme póstumo de Manoel de Oliveira, Visita ou Memórias e Confissões (1982), vimos e ouvimos Oliveira a citar Paulo Rocha como um amigo muito especial (foi seu assistente em 1963, em Acto da Primavera), cúmplice do mesmo imaginário cultural e cinematográfico.

Para além das singularidades das respetivas obras, é um facto que Rocha e Oliveira partilharam uma obstinada crença nos poderes mágicos do cinema, sem que isso os tivesse afastado das convulsões de um realismo cru, quase sempre desencantado. A reposição das cópias restauradas das duas primeiras longas-metragens de Paulo Rocha - Os Verdes Anos (1963) e Mudar de Vida (1966) - constitui, aliás, um fascinante complemento de Se Eu Fosse Ladrão... Roubava.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt