Toda a história da maçonaria feminina
A história da maçonaria portuguesa nunca despertou tanto interesse desde o dia 21 de Maio de 1935, data em que a Assembleia Nacional declara extinta a organização, como nos últimos anos por motivações políticas. A exceção da polémica pública entre as obediências maçónicas está, por norma, na maçonaria feminina, talvez por sempre ter sido obrigada a passar discreta, por ser considerada anti-natura pela maioria dos maçons homens.
Conhecer o percurso das mulheres portuguesas na maçonaria é o objetivo da mais recente investigação de António Ventura, Silêncio e Virtude - Uma História da Maçonaria Feminina em Portugal, que antes publicara em mais de 700 páginas Uma História da Maçonaria em Portugal. Justifica-se escrever uma História da maçonaria feminina? Ventura considera que sim: "No contexto da História da maçonaria em Portugal, pode ser considerado um subtema, tal como sucede com a História de Portugal, mas constituiu um fenómeno específico e com repercussões em toda a maçonaria portuguesa. As dificuldades no estudo da maçonaria feminina são idênticas às da masculina e relacionam-se com as limitações decorrentes da escassez de fontes. As perseguições, conflitos internos, cisões e recomposições ao longo de quase três séculos fizeram com que muita documentação se tenha perdido ou dispersado. No que respeita à maçonaria feminina, a dificuldade é acrescida pelo caráter relativamente efémero das suas Lojas.