Teste de picada no dedo recebe prémio para melhor utilização de antibióticos
Um teste de picada no dedo que permite diagnosticar em menos de dez minutos uma infeção bacteriana e determinar se o paciente pode ser tratado sem antibióticos foi hoje galardoado com um prémio europeu no valor de um milhão de euros.
O teste, que deverá ser comercializado no próximo ano, foi desenvolvido pela Minicare HNL, um consórcio de investigação formado pela P&M Venge AB, da Suécia, e a Philips Electronics, da Holanda.
O prémio distinguiu um diagnóstico rápido e eficaz da natureza viral ou bacteriana das infeções com o objetivo de reduzir o uso de antibióticos pelos pacientes, tendo a Minicare batido as outras duas finalistas: a PulmoCheck, que está a desenvolver um dispositivo que reage num espaço de dois a seis minutos aos fluidos corporais resultantes de uma infeção bacteriana e a ImmunoPoc, que está a trabalhar num teste de picada no dedo que permitirá diferenciar as infeções bacterianas das virais num espaço de 15 minutos.
O prémio Horizonte 2020 para uma melhor utilização dos antibióticos, atribuído pela Comissão Europeia, foi entregue, na Universidade de Louvaina, pelo comissário da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas.
Na mesma ocasião, o comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis, entregou os três prémios europeus da saúde para as organizações não-governamentais que lutam contra a resistência aos antibióticos no valor de, respetivamente, de 20 mil, 15 mil e 10 mil euros.
O primeiro prémio, no valor de 20 mil euros, foi atribuído à organização de consumidores europeus BEUC pela sua campanha de sensibilização "From Farm to You" que chamou a atenção para as causas da resistência aos antibióticos.
O segundo prémio, no valor de 15 mil euros, foi atribuído à Alliance to Save our Antibiotics pela campanha "Compassion in World Farming and the Soil Association" e o terceiro prémio, no valor de 10 mil euros, à World Alliance Against Antibiotic Resistance pela sua campanha "Acting to Preserve Antibiotics".
A resistência aos antibióticos, causada pelo uso sistemático destes medicamentos, é uma grande preocupação de saúde pública na Europa e no mundo. Os dados oficiais apontam para 25 mil mortes por ano, na União Europeia, por causa da resistência antimicrobiana. Com um custo de mais de 1500 milhões de euros em despesas de saúde e perdas de produtividade.