Tese do suicídio colectivo explica morte de cinco pessoas no Japão

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A polícia japonesa encontrou ontem os corpos de três homens e duas mulheres dentro de uma carrinha estacionada à beira de um rio em Yasu, no Oeste do país. As autoridades suspeitam de suicídio colectivo, uma prática corrente naquele país asiático, onde, em 2005, 32 mil pessoas se suicidaram; cinco vezes mais, de acordo com a AFP, do que as mortes em acidentes de viação.

A tese do suicídio parece confirmada pela descoberta dentro da carrinha de um aquecedor a carvão, usados em suicídios por asfixia.

Com 127 milhões de habitantes, o Japão tem uma das maiores taxas de suicídio do mundo industrializado, 24,3 por cem mil habitantes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O Japão surge em 22.º na lista dos Estados com mais suicídios, atrás de países como a Rússia, a Hungria, a França ou a Finlândia. Portugal surge em 58.º lugar, com 10,3 suicídios por cada cem mil habitantes.

No Japão, a tradição do suicídio é antiga, basta lembrar os pilotos kamikazes que na II Guerra Mundial se lançavam contra aviões e navios dos Aliados. Nos últimos anos, os casos de suicídios colectivos estão a aumentar. Muitas vezes, estes são organizados através de sites na Internet. Em 2005, 91 pessoas optaram por se matar desta forma. Em 2004, tinham sido 55 e, em 2003, 34. Na grande maioria dos casos, os suicidas não se conheciam antes e decidem encontrar-se num local isolado (montanhas, florestas, etc.). As técnicas também são quase sempre as mesmas: os suicidas optam geralmente pela asfixia: acendem aquecedores a carvão dentro de veículos fechado.

No mês passado, um tribunal japonês condenou à morte um homem por ter assassinado duas mulheres e um adolescente que contactara através de um site para suicídios.

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