Terceira ponte sobre Tejo avaliada entre 200 e 800 milhões
A terceira travessia sobre o Tejo "é um elemento fundamental, na ligação entre Lisboa e Madrid em comboio de alta velocidade", que deverá entrar em serviço em 2010, disse ao DN Braamcamp Sobral, presidente da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (Rave), que de- fende que a infra-estrutura deve ficar vocacionada exclusivamente para o transporte ferroviário. A ponte a construir ente Chelas e o Barreiro aponta para investimentos situados entre 200 e 800 milhões de euros. Contudo, o responsável da Rave realça que "não existem estudos aprofundados sobre o valor", mas sim "cálculos em função do metro quadrado em relação ao tabuleiro da ponte Vasco da Gama".
A construção da futura ponte terá como principal inovação a altura, uma vez que terá de ser mais alta que as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama. Ao apontar a amarração em Chelas, a Norte, e o Barreiro, a Sul, está implícito que a futura estação central para os comboios de alta velocidade ficará localizada nas Olaias. Braamcamp Sobral adianta que estão a ser estudadas "de forma mais aprofundada" três hipóteses para a localização da estação - Olaias, Aeroporto e Entrecampos. Destas localizações, a decisão sobre a estação no aeroporto terá muito a ver com a manutenção ou não do aeroporto na Portela. Entrecampos é considerada uma localização "muito complexa". As Olaias surgem à cabeça da lista, por várias razões, entre as quais o investimento e a proximidade à futura travessia e à linha de alta velocidade Lisboa/Porto, que entra em funcionamento em 2012, e que tal como a ligação Lisboa/Madrid, na primeira fase utilizará a gare do Oriente.
A viabilidade da terceira ponte não passa exclusivamente pelos comboios de alta velocidade, mas pela criação de um serviço de suburbanos, que ligará a linha de cintura à margem Sul, na zona do Pinhal Novo.
A linha Lisboa/Madrid, que será apresentada no próximo mês, terá uma extensão em território português de cerca de 200 quilómetros e de 400 quilómetros no lado espanhol, e será construída em bitola europeia.
O percurso entre as duas capitais terá de ser realizado em menos de três horas para ser competitivo com o avião, e o investimento a realizar pela Rave está estimado em "cerca de dois mil milhões de euros". O investimento na ligação a Madrid é menor, porque a Rave e a Refer (gestora da infra-estrutura ferroviária) estão a estudar em conjunto o canal Évora/Badajoz, que servirá para a alta velocidade (passageiros) e mercadorias, que vem de Sines. Neste percurso vão coexistir linhas para os dois tipos de comboios.