Cientistas dos EUA utilizam método eticamente polémico.A terapia celular está a diminuir significativamente os sintomas da doença de Parkinson nos ratos. Segundo um estudo publicado esta semana nos Estados Unidos, investigadores do Instituto de Pesquisa Biomédica Whitehead (Massachusetts) utilizaram uma técnica inovadora para reconstruir células originais a partir de outras da pele para tratar os ratos que sofriam desta doença neurodegenerativa. Quando os ratos foram testados várias semanas após terem sido submetidos à transplantação das células-tronco (ou estaminais), os sintomas da doença de Parkinson reduziram-se de forma considerável, confirmando que as células reprogramadas que substituíram as disfuncionais ou mortas cumpriam o seu dever.."Trata-se da primeira demonstração de que as células reprogramadas podem integrar-se no sistema cerebral, melhorando significativamente os sintomas neurodegenerativos", afirmou Marius Wernig, autor principal do estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences..A terapia foi apresentada como promissora para doenças como Par-kinson ou Alzheimer, já que as novas células têm a capacidade de tomar o lugar de centenas de diferentes organismos, substituindo uma grande parte das que morrem ou são danificadas pela doença..Todavia, o recurso a células-tronco embrionais suscita controvérsia em termos éticos. No final de 2007, investigadores japoneses e americanos anunciaram terem concebido métodos capazes de reprogramar células da pele dando-lhes características de células-tronco..As células-tronco, também conhecidas como células-mãe ou células estaminais, são organismos que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras. Marius Wernig e os seus colegas criaram, a partir de células de pele de ratos adultos, outras com todas as características das estaminais indiferenciadas. A terapia implica a implantação de genes com a ajuda de retrovírus, através da técnica conhecida por IPS cells (em inglês Induced Pruripotent Stem Cells). As células são posteriormente diferenciadas em células cerebrais precursoras e em neurónios com dopamina, os que são mais afectados na doença de Parkinson. "Demonstrámos que as células reprogramadas podem ser utilizadas mas temos que arranjar um método mais seguro para a sua geração", admitiu Marius Wernig. - M.A.C. com agências