Tendências do mundo

1 A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres recebeu uma porção de queixas (mais precisamente, seis) e a ministra-chefe já enviou ao Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária um pedido para que o filme seja retirado do ar. O novo anúncio de Gisele Bündchen para a Hope, marca de lingerie, "promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objecto sexual do seu marido" e ignora os avanços que o Brasil tem alcançado "para desconstruir práticas e pensamentos sexistas". Eu bem me parecia que eleger uma "presidenta" ia trazer o Brasil de volta para a modernidade. Onde é que já se viu, no século XXI, anúncios que tratem mulheres como objectos sexuais?

2 Swati Dlamini, Dorothy Adjoa Amuah e Zaziwe Dlamini-Manaway, netas de Nelson Mandela educadas e residentes em Boston, serão as estrelas de um novo reality show sul- -africano. Dizem que não são, "de maneira nenhuma, as Kardashians africanas", mas não escondem que foram elas quem teve a ideia e procuraram produtor. Pobre Mandela. Depois de uma vida inteira a praticar o autocontrolo e a tentar convencer um país em convulsão a escolher a entreajuda em vez do ajuste de contes, ainda vai ter, aos 93 anos, de voltar a exercer o perdão. Por mim, acho que tem direito a falhar uma vez. Se não perdoar as netas, não lhe levo a mal.

3 Wipeout, que o FX passou a exibir no horário nobre de terça-feira, é um absurdo. Ou é um absurdo a sua exibição em Portugal. Está bem que o FX é o canal kitsch (e também freak e também cool) do universo Fox. Mas quem parará um zapping nuns Jogos sem Fronteiras com americanos boçais, ainda por cima sem Eládio Clímaco a apresentar?