Telmo Faria aos 36 anos é o senhor de Óbidos
Óbidos. Mesmo sem aeroporto na Ota, o Oeste está a mudar. Quem é o jovem presidente da Câmara de Óbidos, que apoiou Passos Coelho à liderança do PDS e promete uma vila de olhos postos no futuro e dez mil novos empregos no concelho?
Sete anos à frente do município depois da maioria absoluta
Quem conhece bem o castelo de Óbidos, conhece a vila e a sua exuberância. Mas já reparou que na entrada principal, mesmo ao lado da arcada, existe o gabinete de apoio ao empreendedor? E isto pode dizer muito sobre quem governa este concelho. Vários são os exemplos de pessoas que, em fases de crise e num acesso de coragem, se tornam empreendedoras construindo empresas produtivas.
Mas também há pessoas como Telmo Faria, que se candidatou à Câmara de Óbidos e venceu as eleições pela primeira vez há sete anos, elevando o empreendedorismo a um outro nível: o de servir a sua terra. Telmo Faria, 36 anos, começou a sua carreira como professor universitário e investigador. Presidente do PSD de Óbidos desde 1993, pertenceu a várias Comissões Políticas Distritais. Quando sentiu que poderia ser útil à sua terra, candidatou-se e foi eleito, em 2001, presidente da câmara. "Aos 29 anos candidatei-me e as pessoas deram-me logo a maioria, foi a primeira vez que o PSD ganhou as eleições autárquicas aqui. Uma alegria muito grande para quem achava que Óbidos tinha mais potencial."
Foi eleito pelos seus pares na região para presidir à Agência de Desenvolvimento da Região Oeste (ADRO), cargo que ocupa desde Julho de 2002. Acredita que o factor juventude foi crucial "Eram dois candidatos na eleição. Eu e o do Partido Socialista . O discurso dos candidatos era o do 'eu vou mudar!' Mas acho que consegui convencer melhor. E as pessoas queriam essa mudança".
Talvez por esse motivo nas últimas eleições do PSD tenha apoiado Pedro Passos Coelho, "porque me parece que a política precisa de um movimento de esperança extraordinário. As pessoas, mais que confusas, estão sem ânimo". Esta forma de pensar está patente na sua forma de governar e por isso é-lhe essencial sentir o apoio da população, para prosseguir com projectos e objectivos. "Precisamos de ser validados pelas pessoas por algum sonho, por alguma capacidade de mudança."
E é essa mudança que está estampada nas ruas da vila de Óbidos, nas agendas culturais da vila, no empreendimento turístico residencial, nos campos de golfe, e nas escolas locais. "Nós aqui fazemos coisas de que toda a gente se sente beneficiária. Mas há sempre problemas, pessoas que não têm casa como deve ser, uma profissão, problemas com os filhos... Não prometemos que resolvemos tudo. Mas prometemos um concelho com o maior conforto social."
Para o presidente da câmara, o facto de Óbidos estar no centro litoral não tem de ser um factor negativo, até porque o negativismo não faz parte do seu perfil. "Por não ter tanta pressão urbana pode ser palco privilegiado para determinado tipo de investimento. Óbidos é uma belíssima prova disso, está a ultrapassar todos os concelhos vizinhos e outros do País do ponto de vista das suas receitas, criação de emprego, dinâmicas económicas. Neste final de ano contamos ultrapassar capitais de distrito", garante.
Defende que o empreendedorismo passa pela resolução dos problemas pelas próprias comunidades . "Acredito que muitas das medidas do liberalismo moderno são fundamentais na política. Ser-se liberal no sentido de apostar na capacidade das próprias comunidades poderem resolver os seus problemas. Porque é que as escolas não poderão ser governadas pelas comunidades? Contratar professores deveria ser feito por elas, têm de ser responsáveis pela sua própria educação."
Orgulhoso da sua região e principalmente do seu concelho, relembra a tristeza e o desapontamento que sentiu quando o Governo largou a Ota pela Margem Sul . "A região oeste nunca teve o aeroporto da Ota e está aí! O concelho de Óbidos tem mais de mil milhões de euros de investimento, queremos nos próximos dez anos criar mais dez mil novos empregos e sabemos que podemos fazer coisas e enfrentar desafios muito interessantes."
Projectos para o futuro são muitos e já se encontram em andamento, adequados à nova dinâmica de Óbidos. "Um parque tecnológico, para criar condições aos talentos das novas tecnologias. Construir política de atracção de investimento, querer ter investimento de qualidade."
No entanto, salienta a necessidade de fazer alguns sacrifícios para prosseguir no caminho do sucesso: subir as taxas junto dos investidores particulares no turismo, para poder seleccionar e evitar os maus exemplos anteriores, é uma possibilidade. Importante é atrair os grandes grupos financeiros a actuar em Portugal. "Mais que um exemplo do passado, queremos ser um exemplo de futuro, uma vila que pulsa inovação e criatividade."