Televisão de Moçambique exibe vídeo de grupo a reivindicar decapitação de 10 pessoas

A Televisão de Moçambique (TVM) exibiu um vídeo com um grupo armado e de cara tapada que, segundo o canal, reivindica a decapitação de 10 pessoas no norte do país, numa mensagem em que cita Alá.
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Fonte da direção de informação da TVM, contactada pela Lusa, indicou que o vídeo foi obtido junto das autoridades que investigam o caso.

A mensagem, com duração de 30 segundos, acompanhada pela legenda "alegado grupo terrorista", foi emitida na noite de quarta-feira no Telejornal, um dos principais noticiários diários do canal.

O porta-voz do grupo, que aparenta ser um homem, faz referência a Mocímboa da Praia, vila sitiada em outubro de 2017, apontando-a como a "iniciativa" e dizendo: "começámos assim aos poucos".

"Acreditamos que Alá nos vai apoiar", acrescenta, na mensagem em Português, mas nem sempre compreensível, citando depois palavras "de Alá", noutra língua.

"Alá vai-nos dar apoio. Não precisamos de apoio de ninguém, porque nós somos capazes", retoma depois, novamente em Português.

"Como começámos assim, confiamos nele. Alá sempre nos estará a olhar", acrescentou.

No vídeo que parece filmado por um dispositivo móvel de uso pessoal, durante o dia e ao ar livre, junto a arvoredo, o porta-voz veste roupa casual (colete, polo e calças), à semelhança dos restantes quatro membros, cada qual empunhando a sua arma de fogo, semelhantes a metralhadoras, todos perfilados para a gravação.

A Lusa questionou a Polícia da República de Moçambique (PRM) sobre eventuais informações adicionais acerca do vídeo, mas ainda não obteve resposta.

A vila de Mocímboa da Praia e aldeias do meio rural da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, têm sido alvo de ataques de grupos armados desde outubro de 2017, causando um número indeterminado de mortes e deslocados.

Dez pessoas foram decapitadas no domingo, depois de terem sido intercetadas em duas aldeias remotas, sem eletricidade, nem infraestruturas.

Um estudo divulgado na última semana, em Maputo, aponta a existência de redes de comércio ilegal na região e a movimentação de grupos radicais islâmicos, oriundos de países a norte, como algumas das raízes da violência.

Diversos investimentos estão a avançar na província para exploração de gás natural dentro de cinco a seis anos, no mar e em terra, com o envolvimento de algumas das grandes petrolíferas mundiais.

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