Tecido era de retalhos novos

A PJ concluiu que o tecido com o logótipo do Garcia de Orta (Almada) encontrado em bolsos de roupa no Brasil não teve origem em peças do hospital e admite a hipótese de serem excedentes de tecidos usados para fabricar lençóis.
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De acordo com uma nota hoje divulgada, a Polícia Judiciária (PJ) admite a hipótese de tais panos com o logótipo do Garcia de Orta terem sido exportados por uma empresa portuguesa para aquele país, tratando-se de "tiras" e "retalhos" excedentes dos tecidos utilizados para a fabricação de lençóis fornecidos ao hospital.

A PJ, através do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal, conseguiu reconstruir todo o trajeto dos tecidos com o logótipo daquele hospital, desde a fase de abertura de concursos até à aquisição, à utilização e posterior incineração, concluindo, "sem margem para dúvidas", que os tecidos usados para a confeção das peças de roupa encontradas no Brasil não tiveram origem em qualquer peça comprada ou utilizada pelo Garcia de Orta.

"Não foram recolhidos quaisquer indícios de responsabilidade criminal a imputar a cidadãos nacional, nem de perigo para a saúde pública", uma vez que as peças com o logótipo do hospital que surgiram no Brasil foram confeccionadas com tecido novo (retalhos) que não foi suijeito a qualquer utilização, conlui a PJ.

O inquérito do Ministério Público de Almada tinha sido aberto em outubro do ano passado, depois de diversas peças de roupa com bolsos confecionado com tecidos com o logótipo do Hospital Garcia de Orta terem sido descobertos no Brasil.

Na altura, o MP anunciou a abertura do inquérito para averiguar a alegada existência de crime de propagação de doença contagiosa e do crime de furto, o que não se veio a confirmar.

Tudo começou em outubro, quando um operário brasileiro do município de São João da Boa Vista, em São Paulo, comprou umas bermudas, sem saber que traziam, no tecido do bolso, o logótipo de um hospital de Almada, o mesmo que normalmente se vê nos lençóis da unidade de saúde.

O homem denunciou de imediato a loja onde fez a compra.

Após esta denúncia, foram tornados públicos em Portugal mais dois casos semelhantes: o de um empresário de Leiria e de um casal do Alentejo que adquiriram, em duas feiras distintas, calças cujos forros dos bolsos tinham o logótipo do hospital.

Na altura, o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) admitiu que perde o rasto de 90 a 120 toneladas de roupa hospitalar, das cerca de 30 mil toneladas que trata por ano.

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