O presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, afirmou esta segunda-feira que a reunião com o assessor para os assuntos económicos do primeiro-ministro, António Costa, no gabinete provisório do chefe de Governo, no Terreiro do Paço, foi uma "manobra de diversão", e considerou que deviam ser as autarquias a "fixar os contingentes e criar as regras" para regular a lei das plataformas eletrónicas de transporte..Em declarações aos jornalistas no final da reunião, Carlos Ramos explicou que o representante do gabinete de António Costa "limitou-se a estar sentado e a ouvir", e acusou o Governo de querer "entregar a mobilidade nos grandes centros urbanos às multinacionais, ao capital privado, e deixar para o táxi o transporte residual"..O presidente da Federação Portuguesa do Táxi considerou ainda que a reunião foi uma "manobra de diversão".."É uma falta de respeito pelo setor, pelas pessoas que estão cá há dias", vincou..Carlos Ramos explicou ainda que a FPT e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) reivindicam a alteração da lei que regula a atividade de Transporte em Veículo Descaracterizado a partir de Plataforma Eletrónica (TVDE) "para que o poder local possa fixar os contingentes e criar as regras para o seu funcionamento".."O primeiro-ministro tinha mandado uma carta a dizer que mantinha a confiança no ministro do Ambiente, [João Pedro Matos Fernandes] ", explicou, sublinhando que "as associações [que representam o setor] é que não têm confiança no ministro [do Ambiente] e no secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, [José Mendes]"..O protesto, que já vai no sexto dia, vai continuar na Praça dos Restauradores e está agendada uma manifestação em frente à Assembleia da República na quarta-feira, às 14:00..De regresso aos Restauradores, Carlos Ramos discursou diante dos manifestantes e referiu que "do Governo não se espera nada", mas ainda há esperança no parlamento.."O parlamento tem que se pronunciar também sobre isto, temos então que, todos nós aqui, no Algarve e em Faro, fazer mais um esforço e esperar pelo plenário da Assembleia da República, onde o senhor primeiro-ministro vai estar presente às 15:00, e saber qual é o resultado desta sessão plenária", vincou..O dirigente associativo acredita que "naturalmente os partidos vão questionar o senhor primeiro-ministro sobre a questão dos táxis" e "o senhor primeiro-ministro não vai, de certeza, fugir às respostas".."Por isso o esforço que se pede, o esforço suplementar que se pede a todos, é que consigamos aguentar até que o parlamento tome uma posição, que nós saibamos o que foi dito, e saibamos qual é a posição dos partidos sobre esta pequena alteração", rematou.. Atualizado às 19:15 com declarações do presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, enquanto discursava aos manifestantes junto ao Monumento aos Restauradores, em Lisboa.