Taxista foi morto com três tiros da mulher

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António José Brito, o taxista de 52 anos que foi baleado mortalmente no Parque das Nações (Lisboa), pelas 23.00 de sexta-feira, foi assassinado pela própria mulher. Sónia, de 28 anos, admitiu ontem em tribunal ter sido ela a autora dos três disparos que atingiram o taxista, uma vez na cabeça e duas no peito. Isto mesmo confirmou ao DN Florêncio Almeida, presidente da Associação Nacional dos Transportes em Automóveis Ligeiros (Antral), adiantando que na origem do crime poderão ter estado questões relacionadas com dinheiro.

"Não se entende muito bem o que terá passado pela cabeça da mulher, uma vez que eles eram casados em comunhão de bens adquiridos, mas ela não vai ficar com dinheiro nenhum porque é todo do Brito", explica aquele responsável, adiantando ser do seu conhecimento existirem divergências entre o casal - que atravessava um processo de divórcio litigioso e que tem um filho com cerca de um ano -, mas que "nada fazia prever este desfecho". Além deste filho resultante da união com Sónia, Brito deixa mais seis descendentes.

O crime ocorreu na Avenida D. João II, junto ao Instituto da Juventude, e ao que o DN apurou, Sónia estaria acompanhada por um homem, mas terá sido ela a matar o marido, que se encontrava dentro do táxi.

Quando a polícia do aeroporto da Portela - onde o taxista costumava parar - alertou a Antral para o facto de ter sido encontrado o corpo de António José Brito, pelas 04.00, surgiram logo especulações: "Até há quem diga que foi a mulher que o mandou matar. Há quem diga que ela inclusive mostrou uma arma a alguém antes do homicídio", contou ao DN um taxista amigo da vítima.

O corpo de António José Brito que, de acordo com as autoridades, foi baleado no interior do seu táxi, foi encontrado pelos colegas, horas mais tarde, já fora do carro. O presidente da Antral tomou ainda conhecimento de que, após ter cometido o crime, Sónia terá apanhado um outro táxi na Praça de Moscavide, que a terá transportado até ao Campo Grande, onde tinha o carro estacionado.

"Táxi Seguro" ineficaz

António José Brito não pertencia a nenhuma cooperativa, nem estava ligado a nenhuma rádio. Questionado pelo DN sobre se Brito tivesse instalado o sistema "Táxi Seguro" este crime poderia ter sido evitado, o presidente da Antral é peremptório: "Não. Enquanto o taxista dava o sinal de alerta e a polícia chegava ele era morto. O GPS não evita este tipo de crime. Só será efectivamente dissuasor quando existir também a videovigilância, porque a imagem denuncia o autor ou autores."|

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