Taxa de desemprego baixou para 6,3% em novembro
A taxa de desemprego terá recuado ligeiramente em novembro para 6,3%, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira, 7 de janeiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). "A taxa de desemprego situou-se em 6,3%, menos 0,1 pontos percentuais do que no mês precedente, igual a três meses antes e menos 0,9 pontos percentuais do que um ano antes", diz o gabinete de estatística. A taxa de desemprego em Portugal, em outubro, ficou nos 6,4%. Já em novembro de 2020 estava nos 7,2%.
O INE explica que, em novembro, a população ativa fixou-se no 5 179,7 mil pessoas, o que representa uma subida quer tanto face aos três meses anteriores - agosto, setembro e outubro -, como ao mesmo mês do ano anterior - em novembro de 2020, Portugal contava com uma população ativa de 5 072,9 mil pessoas.
Por outro lado, a população empregada no décimo primeiro mês de 2021 alcançou a fasquia das 4 852,8 mil pessoas, o que reflete um incremento de 0,3% em relação ao mês anterior e de 0,4% relativamente a três meses antes. Face a novembro de 2020 representa uma subida de 3,1%. Quanto à população desempregada, em novembro, eram 326,9 mil pessoas, uma diminuição de 0,8% em relação a outubro e de 11,1% face a novembro de 2020, "tendo aumentado 0,6% relativamente a três meses antes".
Os dados do INE mostram ainda que a população inativa em novembro ascendia a 2 505,4 mil pessoas, uma redução "tanto em relação a outubro de 2021 (0,3%), como a agosto do mesmo ano (0,6%) e a novembro de 2020 (3,7%)". Já a taxa subutilização de trabalho "situou-se em 11,7%, valor idêntico ao do mês precedente e inferior ao de três meses antes (0,6 p.p.) e ao do mês homólogo de 2020 (2,3 p.p.)".
Os dados do INE confirmam que em outubro de 2021, face a setembro, a população ativa aumentou 0,1%, o que é o mesmo que dizer em 4,9 mil pessoas. A população inativa, por outro lado, desceu 0,1% ou 2,0 mil pessoas. "O aumento da população ativa resultou do acréscimo da população empregada (3,8 mil; 0,1%) e da população desempregada (1,2 mil; 0,4%), enquanto o decréscimo da população inativa foi explicado pela diminuição do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego (5,1 mil; 3,6%) e do número de inativos à procura de emprego, mas não disponíveis para trabalhar (3,5 mil; 19,1%)", diz o gabinete de estatística.
A taxa de desemprego ficou, assim, em outubro de 2021, em 6,4%, o que representa uma manutenção em relação ao mês anterior e um decréscimo de 0,2 pontos percentuais relativamente a três meses antes e de 1,2 pontos percentuais em relação ao período homólogo de 2020. Em outubro de 2020, a taxa de desemprego estava, assim, nos 7,6%.
Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, considera que que o país deve estar "orgulhoso" por ter atingido, "na maior crise do século", o valor mais alto da população empregada desde que há registo.
"Temos de estar todos orgulhosos do ponto de vista coletivo porque conseguimos, em plena pandemia, numa crise sanitária sem igual, na maior crise do século, ter o valor mais alto de população empregada desde que há registos no INE", afirmou a ministra em declarações à Lusa, acrescentando que "isto resulta, por um lado, da grande capacidade que houve de resposta coletiva de manter emprego, mas também de criar novo emprego".
Há mais de 700 mil pessoas inscritas na Segurança Social face a 2015, totalizando cerca de 4,1 milhões, o que revela "a capacidade de recuperação da economia e da criação de emprego", reforçou a governante.
"A redução da taxa de desemprego reflete também os apoios às empresas para manter emprego, mas também a criação de mecanismos de resposta ao desemprego, com apoios concretos para a contratação de desempregados", indicou Ana Mendes Godinho.
A governante salientou que a taxa de desemprego em novembro "é a taxa de desemprego mais baixa desde 2001" registada neste mesmo mês ao longo dos anos.
Já comparando com 2015, no final da crise anterior, a taxa de desemprego "representa metade", uma vez que em novembro de 2015 era de 12,6%, destacou.
De acordo com a ministra, as medidas de apoio ao emprego extraordinárias criadas para responder à pandemia abrangeram "um milhão de trabalhadores".
O novo apoio à contratação permanente de desempregados, que pode chegar a 30 mil jovens e atingir um valor de 9500 euros, será publicado este mês, disse à Lusa a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Ana Mendes Godinho disse que esta medida "está a ser preparada há vários meses", esteve em consulta com os parceiros sociais e "deve ser publicada este mês".
Em causa está o programa Compromisso Emprego Sustentável, medida no valor de 230 milhões de euros, prevista no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para apoio à criação de emprego jovem permanente e não precário.
"O nosso objetivo e o nosso trabalho permanente é no sentido de continuar com esta capacidade de manter emprego, mas também de novas medidas de apoio à contratação, nomeadamente grande foco no apoio à contratação de jovens, que continua a ser uma área onde temos uma taxa de desemprego alta", sublinhou a governante, referindo o lançamento do Compromisso Emprego Sustentável "para apoio à contratação de 30 mil jovens".
A medida "pode ir até um apoio de 9.500 euros para apoio à contratação de trabalhadores que estejam desempregados e com discriminação positiva para jovens, para trabalhadores do sexo sub-representado na empresa, para trabalhadores no interior e para trabalhadores que tenham salário equivalente a dois salários mínimos", acrescentou.
Segundo explicou a ministra, depois da publicação da portaria, serão então abertos os avisos das candidaturas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). O valor do apoio base é de 5.318 euros, mas com as majorações pode chegar a 9.573,1 euros.
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