Ao adquirir a PGA-Portugália Airlines, a TAP Portugal reforça ainda mais a sua presença no mercado da aviação civil nacional. Praticamente deixa de ter concorrência, uma vez que os voos que a SATA Internacional realiza são, na sua maioria, operados em code-share, precisamente com a TAP, e as ligações da Aerocondor, a última empresa aérea de capitais privados presente nos voos regulares, não fazem concorrência às operações da transportadora aérea liderada por Fernando Pinto..A TAP formaliza hoje o acordo para a compra da totalidade do capital da PGA com o Grupo Espírito Santo (GES), que sai do sector aéreo ao fim de 16 anos. O negócio vai ter de passar pelo crivo da Autoridade da Concorrência (AdC)..Com a venda da PGA à TAP, o sector da aviação regular fica totalmente na posse de capitais públicos, pelo menos até 2007, altura em que a TAP será privatizada. O mesmo não sucede com a SATA, já que o Governo Regional dos Açores, único accionista da companhia aérea, não tem intenções de a alienar..O sector da aviação regular assiste assim a uma concentração, ao mesmo tempo que a actividade charter (voos não regulares) desperta as atenções do sector privado. Depois da venda da White, empresa charter da TAP, ao grupo OMNI ( presente na aviação executiva), as atenções voltam-se para a Lusitânia Airways, nova companhia charter que aguarda do INAC (Instituto Nacional de Aviação Civil) a aprovação do Certificado de Operador Aéreo (COA). .A empresa, que irá operar com Boeings 767 verde- alface, está ligada a um ex-comandante da TAP. A Lusitânia pretende iniciar as operações em Março de 2007, se receber o COA. .O sector charter é liderado pela euroAtlantic, ligada ao Grupo Pestana. Os responsáveis da companhia consideram que o sector não "suporta mais uma empresa ". As críticas estendem-se à SATA, que opera igualmente no segmento charter através da SATA Internacional. "Não existe mercado em Portugal. Houve casos em que vários operadores tiveram de juntar as suas operações para encher os aviões contratados", dizem. .A Lusitânia surge pouco tempo depois de o INAC ter retirado o COA à Air Luxor, que em Agosto perdeu os dois aviões que tinha agregado ao certificado e suspendeu os voos que operava para Bissau e São Tomé. O Grupo Longstock, que adquiriu a empresa à família Mirpuri, anunciou recentemente o lançamento de uma low cost, a Fly 3X2. O INAC diz que "não recebeu qualquer pedido para certificar a empresa"..Em 2005, a SATA Internacional registou um lucro de 404 mil euros. Por seu lado, a euroAtlantic encerrou o ano com lucros de seis milhões de euros, contra 1,2 milhões em 2004. Se o sector charter é lucrativo, o mesmo não se passa na aviação regular, mais afectada pelo aumento do petróleo. A TAP encerrou 2005 com prejuízos de 9,9 milhões de euros, contra lucros de 8,6 milhões em 2004. Já a SATA Air Açores, que opera entre as ilhas, fechou o exercício com lucros de 3,4 milhões de euros, enquanto a PGA tem vindo a acumular prejuízos.