Tão novinhos que eles eram... e agora estão de volta

Grupo pioneiro do jazz nacional, o Sexteto de Jazz de Lisboa está de regresso aos palcos para dois concertos muito especiais, em Lisboa e Guimarães
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No início dos anos 80, o jazz nacional era pouco mais que um deserto. Eram poucos os músicos profissionais e algo parecido com uma carreira internacional era apenas uma miragem. A nível discográfico havia apenas Rão Kyao, Zé Eduardo, António Pinho Vargas e Maria João e os festivais resumiam-se ao Cascais Jazz/ Jazz num Dia de Verão e Jazz em Agosto, em cuja primeira edição, em 1984, se estreou um grupo que viria a mudar todo este paradigma, o Sexteto de Jazz de Lisboa.

Composto por um grupo de jovens e talentosos músicos, representou uma autêntica pedrada no charco. A principal ousadia, para além da original formação em sexteto, coisa ainda pouco usual para os cânones do jazz, foi a de trocar os standards por pautas originais. Tomás Pimentel (trompete, fliscórnio) e Mário Laginha (piano) assinavam a maioria do repertório de um grupo que incluía ainda outros pesos-pesados, como Jorge Reis (saxofone), Edgar Caramelo (saxofone), Pedro Barreiros (contrabaixo) e Mário Barreiros (bateria). Pelo caminho, abriram as portas do mercado internacional aos músicos portugueses, com atuações em Barcelona e Londres e, apenas um ano depois da estreia, para grande surpresa nacional, a Federação Internacional de Jazz classificou-os em 10.º na lista dos "melhores grupos de jazz europeus".

O grupo duraria pouco tempo, separando-se em 1990, deixando apenas para memória futura o álbum Ao Encontro (1988), o primeiro com composições originais de uma banda nacional, que agora recuperam para interpretar na íntegra, em dois concertos muitos especiais - o primeiro é já amanhã à noite, na Culturgest, em Lisboa.

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