Tailândia: Portugueses falam de "normalidade" fora da confusão
Macau, China, 12 Abr (Lusa) - Turistas portugueses em Pattaya e Banguecoque falam hoje de "normalidade" nas duas cidades, para além das zonas ocupadas pelos "camisas vermelhas" em protesto contra o Governo tailandês.
Contactados telefonicamente pela agência Lusa a partir de Macau, vários turistas portugueses residentes no território chinês e que se encontram de férias na Tailândia dizem estar "tranquilos" em Banguecoque e Pattaya e garantem nunca ter receado qualquer situação de perigo na região.
Enquanto os finalistas da Escola Portuguesa de Macau continuam em Koh Samui de férias acompanhados por dois professores e têm voo marcado para Banguecoque na segunda-feira e, logo a seguir, para Macau, outros turistas portugueses continuam na região e garantem estar em " plena segurança".
"O que se vê nas estações internacionais é apenas relativo às zonas onde se encontram os manifestantes porque no resto da cidade de Pattaya está tudo calmo e as pessoas continuam a fazer uma vida normal", disse à agência Lusa um cidadão português que prefere não ser identificado.
Além de Pattaya, a normalidade reina também em Banguecoque onde o recolher obrigatório alterou o ritmo de vida da cidade, mas mantém a hospitalidade para os turistas.
"Estava num centro comercial e vi alguma confusão relativa à possibilidade da presença dos "camisas vermelhas" e agitação nas ruas. Entrei num taxi com a família e vim para o hotel sem qualquer problema e amanhã espero voltar a Macau", explicou Pedro Lobo, professor e residente em Macau.
O recolher obrigatório foi decretado em Banguecoque e na sua região após manifestações anti-governamentais durante as quais foram disparados tiros e o primeiro-ministro perseguido pelos manifestantes.
A tensão aumentou hoje com a detenção de um dos líderes dos manifestantes de Pattaya, o antigo cantor «pop» Arisman Pongreungrong.
Esta é a terceira vez em menos de oito meses que as autoridades impõem o estado de emergência na região de Banguecoque, devido aos problemas recorrentes ligados à interminável crise política que agita o país.
Thaksin Shinawatra, 59 anos, antigo homem forte da Tailândia derrubado pelos generais pró-monárquicos em 2006, fugiu para o estrangeiro para escapar a uma condenação e vários inquéritos anti-corrupção no país. Empresário controverso, continua a ser popular.
Abhisit Vejjajiva, 44 anos, tornou-se primeiro-ministro a 15 de Dezembro na sequência do afastamento da aliança parlamentar depois de importantes manifestações pró-monárquicas que levaram à ocupação durante oito dias dos dois aeroportos de Banguecoque.
Os "camisas vermelhas" acusam Abhisit de ser uma «marioneta» do exército e de alguns conselheiros do rei. O seu movimento está acampado desde 26 de Março em redor da sede do governo em Banguecoque.
CM/JMS/EJ/JCS.
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