Taça da Liga: Sporting de Braga - Sporting (Declarações 2)
Abel Ferreira (treinador do Sporting de Braga): "Fiquei orgulhoso, não de hoje, mas do que nos comprometemos a fazer. [Deve-se] Reconhecer que o adversário, individualmente, é melhor, mas coletivamente fomos melhores. Entrámos bem, fizemos um golo. O Sporting foi uma equipa que jogou em bloco médio, não tão pressionante como costuma ser.
Na segunda parte, fizemos um golo limpo [anulado a João Novais]. O futebol é um jogo de contacto, para homens, agressivo. Fizemos um golo limpo, com uma jogada que trabalhámos durante a semana. Gostamos muito de ver o nosso trabalho refletido no jogo.
Os nossos jogadores não estão habituados a passar por estes momentos [de decisão de grandes penalidades]. Valeu a experiência do nosso adversário nestes momentos e em jogos internacionais. Eu pedi, no final, aplausos [ao público], porque fizemos tudo, mas o golo não contou. Parabéns ao Sporting, porque foi mais competente do que o Sporting de Braga nos penáltis. Eu falei com o [Marcel] Keizer, e ele disse-me: 'este é o vosso futebol'.
Eu, seguramente, tenho de melhorar, mas devemos todos pôr as mãos na consciência. Não há falta sobre o Acuña. Custa-me ver uma pessoa que trabalhou comigo [o antigo árbitro Pedro Henriques] a influenciar opiniões [ao defender que o lance do golo anulado é precedido de falta de Dyego Sousa sobre Acuña]. Incomoda-me a injustiça. É nos momentos de crise que se abrem oportunidades para grandes reflexões.
[Esta derrota] Significa aprendizagem, experiência. A gente só aprende passando por elas, saindo da zona de conforto, mas quero dizer aqui que gostava que o senhor árbitro [Manuel Oliveira] fosse ao balneário dizer qualquer coisa. Eu não lhes sei dizer nada a não ser o meu sentimento de orgulho, não [apenas] pelo que fizeram hoje.
Há questões políticas, económicas e financeiras [que nos distanciam dos três denominados 'grandes']. Dentro do campo, igualámos hoje. A injustiça deixa-me revoltado. Fui três vezes expulso este ano. Fui muito bem expulso nas duas primeiras vezes. A multa deveria ter sido mais alta. Em Portimão [no jogo com o Portimonense], fui mal expulso.
Se eu não ganhar, vou embora e tenho de dar a vez a outro. Quando não sou competente, tenho de dar vez aos mais novos. Não faço outra coisa que não seja melhorar a nossa forma de treinar, os meus jogadores e fazer com que os meus adeptos sintam orgulho no que fizemos.
Tivemos ontem [na terça-feira] um jogo [entre Benfica e FC Porto] e hoje outro, com grandes equipas, quatro grandes treinadores, com grandes jogadores, com grande público que torce pelas suas equipas. Depois admiram-se porque é que os treinadores querem ir embora do campeonato português".
Marcel Keizer (treinador do Sporting): "Não começámos bem. Depois do 1-0, melhorámos, empatámos e voltámos ao jogo. Na segunda parte, houve um par de oportunidades para cada lado. Depois, a decisão foi nos penáltis, o que é sempre difícil. Tivemos mais sorte. Estou feliz. Mas este é apenas o primeiro passo. Agora vamos ter uma final contra o Porto, que é muito difícil.
A precisão de passe não foi boa, por vezes. Quando se joga contra o Braga, tem de se jogar com segurança na posse, senão o Braga sai com muita rapidez para o ataque. O posicionamento também não foi bom, em algumas situações. Tentámos manter as linhas juntas, mas não fizemos o nosso melhor jogo.
Os jogadores treinam penáltis por si mesmos, mas, antes de jogos como este, treinamos um pouco mais, embora não muito. A escolha por ele [Renan Ribeiro foi titular, em vez de Salin, o habitual titular nas taças] não se baseou nisto.
[Decisão de colocar Bas Dost no banco] Se se jogar oito jogos num mês, os jogadores ficam cansados. Como treinador, tenho de mudar, por questões físicas. Hoje, ficou no banco e entrou mais tarde.
Eu penso que toda a gente tem de se acostumar ao videoárbitro. Os problemas existem, mas tem de se melhorar. Ainda não é suficientemente bom.
O Porto é o líder do campeonato, joga a Liga dos Campeões. É uma equipa forte. Vamos aproveitar os momentos que temos para treinar. Não me vou queixar de termos menos um dia para preparar o jogo. A agenda é o que é".
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