SyFy estreia 'Caprica', a 'Dallas' da ficção científica

Estreia-se hoje a prequela de 'Battlestar Galactica', definida pelo produtor, um lusodescendente, como um drama à antiga.
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Os cartazes estão na rua: uma rapariga nua, branca como a neve, olhos azuis cortantes, cabelo escuro e com uma maçã vermelha na mão promove a série de ficção científica Caprica, a prequela de Battlestar Galactica, que se estreia hoje, às 21.30, no canal SyFy (Meo). "É uma representação da Eva, tenho o mundo na mão, um novo mundo", afirma a actriz por trás do poster, Alessandra Torressani, protagonista do formato no papel do primeiro robô (Cylon), de uma nova ordem.

Caprica foi pensada de raiz para o SyFy Universal e o produtor, Ronald D. Moore, descreve-a como um Dallas da ficção científica, precisamente porque "não se trata de uma série de acção, nem espacial", frisa. "Assenta em personagens e é continuada, sobre pessoas e duas famílias, sobre política e indústria", sublinha. "Pessoas que não gostam de ficção científica podem gostar desta série", considera, acrescentando que a mais- -valia é ser precisamente o mais tradicional dos formatos, sobre um dos temas mais futuristas: inteligência artificial. "Gosto que seja apenas sobre pessoas ao longo do tempo, sem grandes efeitos, pensei neste conceito durante algum tempo e quando começámos a falar sobre ela achei que este era o momento certo." Agora que a ficção científica volta a estar na mó de cima, sustenta.

O conceito parecia tão longínquo que nem Alessandra Torressani, 22 anos, se via a fazê-lo. A actriz, cujo currículo artístico começa aos cinco anos, pretendia direccionar a carreira para séries de adolescentes como Gossip Girl e nem conhecia Battlestar Galactica quando lhe falaram em Caprica. Deixou-se convencer pelo guião, garante, e quando se apresentou no casting da série foi passando as sucessivas etapas, sete ao todo. "Como o Ídolos, mas mais stressante", afirma. O factor decisivo? "A minha voz [algo rouca]. Acharam que teria graça saída de um robô." E também o cinturão negro de taekwondo e os conhecimentos como bailarina (foi campeã de sapateado e dança jazz), úteis quando tem de gravar cenas de acção.

Os seguidores de Battlestar Galactica ficaram desapontados com o registo de Torressani (de ascendência italiana), mas a actriz sublinha que "foi uma escolha como representação". "Temos uma base de fãs totalmente diferente, é um programa diferente, mais próxima de Mad Men ou Big Love", defende.

Caprica tardou em ver a luz. Ronald D. Moore e o sócio, David Eick, queriam fazer um spin off de Battlestar Galactica - série que granjeou um grupo interessante de seguidores - e pensavam fazê- -lo precisamente sobre a forma como nasceram os Cylon, os robôs que os seguidores da série, também do SyFy, já conheciam. A resposta acabou por vir de fora quando o guionista Remi Aubuchon propôs um formato sobre inteligência artificial e o SyFy os juntou a todos. O processo demorou dois anos. "Gravámos em Junho de 2008 [na British Columbia, Canadá] e escrevemos em 2007. O SyFy demorou algum tempo a aprovar", conta, entre risos, o produtor.

O piloto de dois episódios, que irá para o ar hoje em Portugal, estreou-se nos Estados Unidos em Abril do ano passado. Já os restantes episódios passam no ecrã desde Janeiro.

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